As perdas para a agroindústria catarinense após as denúncias da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal – PF há 10 dias, já somam US$ 40 milhões. O valor é calculado pelo Sindicato das Indústria da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina – Sindicarne com base nas mercadorias – principalmente suínos e aves – que deixaram de ser embarcados para o exterior a partir dos bloqueios determinados por importantes mercados compradores na semana passada.
Apesar das perda, as empresas do setor começam essa semana mais aliviadas. Com o anúncio de que China, Chile e Egito estão dispostos a retomar as compras de carne brasileira, a avaliação é de que os prejuízos possam ser revertidos nos próximos dias.
O mercado chinês foi o principal destino das exportações de proteína animal catarinense em 2016, com vendas de US$ 333,5 milhões, o que representou 16,11% de toda a carne vendida por Santa Catarina para o exterior. Já Chile e Egito respresentaram 4,34% e 1,84% das vendas do Estado, respectivamente. Os países mantiveram, no entanto, o bloqueio às compras de 21 unidades investigadas pela Operação Carne Fraca.
Para o secretário-adjunto de Agricultura de Santa Catarina, Airton Spies, a reabertura do bloqueio cautelar às entradas nos países mostra que houve um convencimento da segurança sanitária dos produtos. Com a China, ele acredita que haja outros reflexos positivos.
“Esperamos que a reabertura chinesa influencie os outros mercados, como Hong Kong que possui as normas muito parecidas”, afirmou Spies.
Estratégia de reconquista de mercados internacionais
Para José Antonio Ribas Junior, presidente da Associação Catarinense de Avicultura – Acav, a reconquista da confiança chinesa era a maior prioridade pela relevância do mercado. “Estávamos num cenário difícil, que agora é de esperança. A profundidade da crise ficou menor”, avaliou.
A notícia da reabertura dos mercados também chegou em bom tempo em função da capacidade de estoque das empresas do setor em Santa Catarina, calculada em até oito dias de produção. A indústria aguardava sinais de retomada para avaliar fechamento de turnos ou férias coletivas:
“Não dá pra garantir que as empresas irão ou não adotar férias coletivas. Agora, com a reabertura, isso será rediscutido”.
Para Ribas, o período ainda é de avaliação de prejuízos. De acordo com ele, não houve diretamente perda de estoques. As mercadorias teriam sido redirecionados a um destino de menor valor agregado. As perdas maiores foram no volume da produção.
Com informações do site ClicRBS