Saúde

“Os casais estão fazendo pouco sexo”, afirma especialista

Fisioterapeuta pélvica Juliana Leandro defende que a ansiedade do mundo moderno tem motivado o crescimento de casos de disfunção sexual e reduzido a prática do sexo entre os casais.

Foto: Adriano Ghellere/Portal Sul In Foco

Lidar com as responsabilidades do cotidiano tem sido o principal desafio das pessoas atualmente. Mas o foco nisso, tem refletido negativamente no surgimento de um problema que afeta principalmente a vida dos casais: a falta de sexo.

Segundo a organização Mundial de Saúde (OMS), a disfunção erétil afeta 15 milhões de brasileiros (o que corresponde a 30%), sendo esse o principal temor de 42% dos homens, segundo pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia, em parceria com a Bayer.

O conjunto de fatores físicos e emocionais levam ainda em consideração, o crescimento dos casos de disfunção sexual. Segundo a fisioterapeuta pélvica Juliana Leandro, esses problemas têm tratamento e cura. Juliana é especialista há 8 anos na área e tratou do assunto em entrevista ao Portal Sul In Foco. Acompanhe:

 Primeiramente, o que é a disfunção sexual?

É tudo que se refere a problemas identificados em alguma fase do sexo. A relação sexual pode ser dividida em etapas ou fases: o desejo, que é aquela vontade de transar. Na mulher se dá no ouvir coisas e o homem, mais no visual. Depois vem a excitação. No caso da mulher, existe uma glândula que deixa a vagina molhada e o homem fica com pênis ereto. A terceira é o orgasmo. Nas mulheres, se dá através de contrações bem ritmadas de toda a estrutura muscular da região pélvica, abdômen e pernas. Já no homem, acontece através da ejaculação e também de contrações. E a última fase é a finalização. Este é o momento que o casal relaxa. Se alguma dessas fases do processo estiver debilitada, há uma disfunção. No caso da mulher, identifica-se principalmente pela falta de excitação e orgasmo. No homem, não há ereção.

Por que isso acontece?

Há 30 anos, as mulheres trabalhavam mais em casa e tinham quase tudo sobre controle. Hoje em dia, tanto ela quanto o marido trabalham fora. No caso das mulheres, o compromisso duplica e a pressão psicológica vem dos dois lados, tanto da família quanto do ambiente profissional.

“Os casais estão fazendo pouco sexo”

Com isso, a ansiedade cresce e o casal se curte muito pouco. Com a vinda dos filhos, a situação tende a piorar. O resultado disso é um só: os casais estão fazendo pouco sexo. Afirmo isso, com base em pesquisa realizada dentro da minha especialidade e, também analisando os casos atendidos na clínica. Aquelas fases citadas anteriormente são afetadas, culminando no surgimento da disfunção sexual, tanto no homem, quanto na mulher.

Foto: Adriano Ghellere/Portal Sul In Foco

E qual a importância de manter uma boa saúde sexual?

Entendo que, a relação sexual entre o casal deve acontecer, ao menos, uma vez por semana tendo como base o mundo atual. A intimidade entre os dois tem que ser preservada, até porque a gente (mulher), precisa do sexo.

“A mulher se acostuma sem sexo muito rápido, já o homem não”

Mas, o homem tem uma necessidade muito maior. Não dá para deixar passar. Isso afeta o relacionamento. Atualmente, a mulher se acostuma sem sexo muito rápido, já o homem não. A mulher deveria incentivar um pouco mais nessa procura, e evitar que o convívio familiar interfira, sempre junto com o parceiro.

E como a fisioterapia pode ajudar nessa situação?

Atualmente existem várias formas de buscar a solução, mas a mais tradicional é a terapia de casal. No caso da mulher, a procura pode iniciar no ginecologista e depois partir para o urologista. Em conjunto a estes profissionais, entra a fisioterapia. Fazemos o exame físico e determinamos o tratamento a ser seguido, tanto para o homem quanto para a mulher.

Como é o tratamento?

Geralmente trabalhamos com reforço muscular que varia de pessoa para pessoa. Com técnicas e aparelhos, conseguimos aplicar o método mais correto e seguro a ser seguido. Estimulamos a tonificação muscular e a irrigação sanguínea dos músculos da região dos órgãos sexuais. Caso haja a necessidade de auxílio de uma profissional para lidar com a parte emocional, estaremos orientando. O paciente é atendido individualmente e com total discrição.

Foto: Adriano Ghellere/Portal Sul In Foco

No tratamento, quem é mais dedicado: o homem ou a mulher?

Quanto a procura, o montante se equilibra. Mas, o homem é mais dedicado ao tratamento. Eles querem resolver a todo custo. O tratamento finaliza e eles questionam se não precisa continuar. Os homens têm receio que o problema retorne e os afete novamente. Já as mulheres, conseguem disfarçar a falta de prazer. Muitas vezes, elas transam sem vontade e conseguem até mesmo simular um orgasmo.

“O homem é mais dedicado ao tratamento. Eles querem resolver a todo custo”

A gente tem esta capacidade. No caso do homem, a disfunção sexual fica evidente na ereção. A frustração ocorre neste momento. Ter a penetração é muito importante para o homem. Para nós, ela é boa, mas não essencial. Temos mais coisas que gostamos durante a relação. Isso explica o motivo no qual eles são mais preocupados com a saúde sexual.

Mas o homem também consegue manter sigilo na falta de vontade?

Muitas vezes, o homem esconde as coisas. Quando ele está com disfunção erétil, vai se esquivar da relação. Acaba gerando um fator físico em função da ansiedade e a tendência é piorar.

E o resultado do tratamento?

O que eu mais fiquei encantada na área que estou foi descobrir que o resultado no tratamento acontece em pouco tempo. A fisioterapia por si só, já tem fama de ser longa por muitas vezes, repassar várias sessões aos pacientes. Mas o período de duração da terapia pélvica é muito menor. No máximo, conseguimos tratar a disfunção em 15 sessões. Se não resolver, tem algo mais que precisa ser analisado pelo urologista.

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A fisioterapeuta pélvica Juliana Leandro (CREFITO 10 – nº111189/F) é especialista há 8 anos, atuando também nas áreas de obstetrícia, mastologia e oncologia (drenagem linfática pós-operatório), e urologia, com o tratamento de problemas relacionados a incontinência urinária e fecal.

Os atendimentos são realizados à domicílio através do telefone (48) 99964-2313 ou na Ergomed – Medicina do Trabalho, localizada na Rua Cruz e Souza, 103, bairro Pio Corrêa, em Criciúma. O telefone para contato é (48) 3437-6621.

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