A seleção dos interessados acontece neste sábado (04), às 13h30min, no Auditório São José, centro de Criciúma.
Como Vai Você? Essa pergunta simples tem evitado que milhares de pessoas tirassem a própria vida através do suicídio, nos últimos 13 anos em Criciúma e região. Através de uma linha telefônica, um grupo de voluntários escuta as pessoas que buscam lidar com os desafios da vida e precisam ser ouvidas. Um encontro na manhã desta quarta-feira (01) na sede da ACIC, em Criciúma, abordou o assunto junto à imprensa, voltado em especial a busca de novos voluntários.
Fundada no dia 29 de fevereiro de 2004, o Centro de Valorização à Vida – CVV de Criciúma trabalha em conjunto para diminuir o montante de casos de suicídio na região. Somente neste ano de 2017, foram registrados sete casos, sendo cinco em Criciúma e um em Urussanga.
“São pessoas que sofrem caladas. Problemas emocionais que não são resolvidos e acabam culminando no atentado contra a vida. Estamos aqui para ouvir e não julgar. A pessoa entra em contato conosco e pode desabafar à vontade, com total discrição e anonimato”, enaltece o voluntário Paulo José Borges.
De 2014 a 2017 (neste momento), o IML notificou 140 mortes por suicídio na região Sul. Em contrapartida, o CVV realizou 17.440 atendimentos, com destaque para o ano de 2016 com mais de 7,4 mil. “Cada vez que o Almir do IML me passa os números, ficamos com uma dor no coração. Lamentamos por não conseguirmos chegar nessas pessoas. Mas, nos motivamos lembrando que chegamos em muitas e contribuímos para evitar que tirassem suas próprias vidas”, lembra um dos primeiros voluntários do CVV, Alexandre Gaier.
Mobilização que deu resultado
O integrante da Cruz Vermelha, Almir Fernandes, lembra que a mobilização da imprensa e órgãos de saúde municipais tem refletido positivamente no combate ao suicídio. “Que a gente faça como em 2014. Através do trabalho de conscientização, conseguimos registrar 41 dias sem nenhum caso na região. Isso representou uma queda de 85% no montante apresentado naquele período se comparado com outros anos”, ressalta.
Almir defende que a divulgação seja estendida inclusive para outras instituições. “ Estamos salvando vidas. Pedimos que as entidades religiosas, em especial a igreja católica se mobilizem e divulguem entre os fiéis a importância de cuidar da vida. Agora com a Campanha da Fraternidade, é um bom momento para falar sobre o assunto e divulgar o CVV”, enfatiza Almir.
O trabalho de identificação dos casos também deve ser realizado em breve com o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. “Se colocarmos em prática esse fluxograma definido, com certeza teremos bons resultados”, finaliza Fernandes.
Desconhecido
As “linhas da vida”, como são chamados os números de telefones 144 e 3439 0229 pelos voluntários, ainda são desconhecidas por grande parte da população. Segundo o voluntário Roberto Caldas, uma série de ações estão programadas para este ano. “ Precisamos fazer com que a sociedade nos conheça. A tristeza do CVV é convertida em motivação para que busquemos novos voluntários para ajudar a salvar vidas”, enfatiza.
O Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio – GASS é uma das novidades que deverá estar funcionando em breve. “Pessoas que sofrem com a perda de amigos e familiares através do suicídio, ou ainda, pessoas que atentaram contra a vida, podem buscar esse grupo. O objetivo é dividir experiências e falar sobre o assunto a fim de minimizar as dores causadas por este problema”, lembra o voluntário Caldas.
Onde buscar o CVV?
Além dos telefones 144 ou 3439 0222, o atendimento do CVV pode ser realizado pelas redes sociais, Skype, VOIP ou email. Atendimentos pessoais podem ser realizados entre 8h e 17h, na Rua Coronel Pedro Benedet, nº46, sala 321, centro de Criciúma (anexo ao CDL).
Como ajudar?
Segundo Alexandre Gaier, as pessoas precisam disponibilizar cerca de quatro horas por semana. No vídeo a seguir, ele fala sobre a experiência de ser voluntário. A seleção dos interessados acontece neste sábado (04), às 13h30min, na sala 12 da Catedral São José, centro de Criciúma.
Contribuições financeiras também são bem-vindas para manter o serviço. Doações podem ser repassadas através de uma conta bancária da AMAVI, associação mantenedora do CVV.
Banco do Brasil
Agência: 3226-3
Conta Corrente: 8256-2
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