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É praticamente impossível imaginar o mundo sem o uso da tecnologia, mas não há como negar que a cada novo avanço mais aumenta a apreensão pela forma como vem influenciando a vida de todos, em especial o uso do celular e da internet, merecendo o tema ser refletido com maior profundidade, pois pesquisas da Organização Mundial da Saúde nos dão conta de que, além dos já conhecidos danos causados pelo uso exagerado, passa a ser também um sério problema de saúde pública, pois o celular pode ser considerado um possível causador de tumores. Um estudo realizado por uma equipe de cientistas de 14 países constatou que o uso em excesso pode causar câncer no cérebro, problemas no ouvido, e até afetar a fertilidade masculina.
Internet e celular surgiram para facilitar a vida das pessoas, mas estão realmente se tornando uma grande ameaça à vida das crianças, jovens e adultos, colocando em risco a estrutura da família com a mudança de comportamentos, relacionamentos e agora com a saúde. O mundo virtual cria uma grande distância do mundo real porque oferece inúmeras possibilidades de aventuras sem sair de dentro de casa: brincadeiras, jogos, novas amizades, namoros, mas ao mesmo tempo provoca o distanciamento do contato humano: inexiste o diálogo em família, o carinho, o toque, a cumplicidade, fatores essenciais para a preservação da essência humana. Porém, mais grave ainda são os riscos à saúde causados pelo uso em excesso, levando ao sedentarismo, à dependência, além do fácil acesso à pornografia e os riscos da pedofilia on-line, que virou rotina.
Sabe-se que crianças e adolescentes por natureza são desafiadores de limites, transgressores de normas, fantasiosos, consumistas, imediatistas, conflituosos, mas no mundo virtual essas posturas tomam outra dimensão e eles ultrapassam limites, tornam-se até mentirosos, pois na tela desconhecem a fronteira entre o bem e o mal.
Mas, o que fazer com a geração digital? A era tecnológica não tem mais volta… Evolui desenfreadamente trazendo inúmeros benefícios à humanidade, mas até que ponto os supostos benefícios superam os danos causados? É preciso que se busque o equilíbrio entre o virtual e o real, que se estabeleçam parâmetros, que se eduquem jovens e crianças para esta realidade para uma convivência harmônica e saudável. Esse é o compromisso de todos para garantir os direitos dos jovens e crianças. E como fazer? Induzindo-os ao uso da tecnologia com responsabilidade, desfrutando de forma saudável e agregadora o que ela oferece, mas acima de tudo viver intensamente o mundo real, porque o que nos faz humanos é a convivência com a família, amigos, sociedade.
Não precisamos nos colocar na contramão da tecnologia, mas temos de aprender a usá-la a nosso favor, estabelecendo normas para o uso saudável de algo que só tem a acrescentar em nossas vidas, caso contrário o convívio em sociedade fica cada vez mais comprometido.
“Proibir não educa nem previne. Dialogue e busque orientação”.