Durante a sessão ordinária desta segunda-feira (7), os vereadores questionaram, mais uma vez, a paralisação dos serviços prestados em diversos setores da Prefeitura de Orleans. Entre eles, estão as áreas da Saúde, Assistência Social, coleta de lixo, manutenção de estradas e obras inacabadas.
Outra questão que voltou a ser assunto durante a reunião foi a viagem do prefeito Marco Antonio Bertoncini Casacaes (PSD), o Dr. Marco, para o exterior. Segundo os vereadores, nenhum ofício foi enviado à Casa Legislativa falando sobre o afastamento.
O primeiro a fazer uso da tribuna foi o vereador Osvaldo Cruzetta (PP), o Vá. Ele falou sobre a ausência de carro para transporte de pacientes na Secretaria da Saúde. "Estive ontem na minha comunidade, Rio Pinheiros. Lá, tem gente que precisa se deslocar duas vezes por mês até Joinville, onde fez transplante de rins e o carro da saúde, simplesmente, cortaram, não tem mais. É necessário fazer os exames, encaminhamentos, e ele está preocupado. É um momento difícil e a Secretaria de Saúde não tem dado mais atenção", afirmou.
"Pelo menos as coisas prioritárias, que o governo possa cumprir. A receita do município e os recursos não pararam de entrar nos cofres públicos", completou. “O líder de Governo e governadores têm o compromisso e responsabilidade de cuidar da nossa pelo menos até o dia 31 de dezembro, que é quando encerra o mandato. Parece-me até que o mandato já está encerrado em algumas partes desde que perdeu a eleição. Estou preocupado”, disse.
Vá também cobrou providências em relação à manutenção das estradas e sobre uma rua próxima ao Cemitério Municipal São José, no bairro Lomba. “Tem uma placa da rua que seria pavimentada. A obra já era para ter sido iniciada e o térmico estava previsto para este mês de novembro. Pelo que se vê também não será feito”, destacou. Durante um aparte concedido por Vá, o vereador João Teza Francisco (PSD), o Dão, questionou sobre o andamento da ponte do Adaú, na comunidade de Rio Novo. Vá voltou a usar o microfone e cobrou também sobre as quadras cobertas do distrito de Pindotiba e também da Cohab.
Em seguida, o vereador e vice-prefeito eleito, Mário Coan (PSDB), respondeu sobre os últimos questionamentos. “Eu e o Dr. Jorge já estamos trabalhando, buscando alguns recursos e nos inteirando do andamento dos convênios do município. Na última semana, estivemos com o coordenador da Defesa Civil e assumimos o compromisso de entregar a ponte do Adaú. Solicitamos que fosse feita a licitação das cabeceiras. Embora o próprio o profissional da Defesa Civil afirmou que seria possível fazer com menos, optou-se aqui por um modelo que vai custar em torno de R$ 120 e R$ 130 mil. Nós já assumimos compromisso de pagamento para o ano que vem e de entregar a obra até o dia 31 de janeiro. Se não, os recursos seriam perdidos”, explicou.
Mário falou também sobre o encaminhamento das quadras cobertas. “As quadras estavam aguardando uma medição, mas o que falta mesmo é a contrapartida do município. Lá naquelas quadras cobertas, a contrapartida de fazer a quadra e o piso é de responsabilidade da Prefeitura Municipal. Mas, como não foi feito, no ano que vem, daremos um jeito de realizar até o dia 31. Se não, vai ficar um coberto. Já é contra a vontade de uns, porque, esteticamente, ficou feio para o lugar, mas tem que ser acabada. A lei determina que as obras precisam primeiro ser acabadas para depois se iniciar novas obras públicas. Então, vamos, primeiramente, cumprir a lei”, garantiu.
Suspensão da entrega de cestas básicas
Outra cobrança é em relação à entrega das cestas básicas. “Existe outra questão importante que chega aos nossos ouvidos. Até a eleição, eu encontrava pessoas com uma mini cesta básica, reclamando que tinham ido ao social e haviam dividido a cesta em dois, em três. Existiu uma distribuição e eu acredito que foi de um volume gigantesco. Inclusive, tiveram pessoas que falaram que estavam com dor nas costas durante a eleição de distribuir cestas básicas. Veja bem, às vezes, naquele período, foi distribuída cestas básicas até para quem não precisava”, alertou.
“Existem pessoas que precisam e não estão recebendo. Isso não pode acontecer. Os programas de seguridade do governo, e o de segurança alimentar principalmente, existem para garantir a subsistência. Estamos no início de novembro, se nós vamos conseguir restabelecer com licitação todo esse fornecimento lá para o início de fevereiro, como as famílias que são pobres e precisam vão sobreviver por 90 dias?”, finalizou.
O vereador Antonio Dias André (PMDB), o Geada, também falou sobre o assunto. “O vereador Mário falou muito bem da suspensão, ao menos, temporária, das cestas básicas. Precisa-se fazer um critério para que se possa não parar de distribuir as cestas básicas, pois é algo que tem que ser cumprido porque ajuda muito as pessoas realmente carentes. Não se distribui cestas básicas porque é amigo, parente ou eleitor. Cesta básica criteriosamente da família que precisa, é necessária”, argumentou.
Viagem do prefeito ao exterior
Outro assunto abordado por Mário Coan foi a viagem do prefeito ao exterior. “Onde está a responsabilidade do administrador público? Fico chateado quando um prefeito viaja sem nem mandar um ofício. Não tem vice-prefeito na nossa cidade. Já que, infelizmente, faleceu no transcorrer do mandato, o prefeito substituto é o presidente da Casa Legislativa. Embora a lei permita um prazo de afastamento, seria um aspecto de cordialidade, além do respeito à instituição, ter chegado nesta Casa um ofício avisando que estava se afastando do país”, disse.
“Em uma época de contingenciamento total acontece isso, em que estamos andando em buracos, em que pacientes não estão mais sendo atendidos ou estão sendo atendidos de forma precária. É difícil conviver em um lugar em que a pessoa que ganha a responsabilidade de administrar a cidade como prefeito, o cargo mais importante que existe no município, não dá a importância para esse cargo e para as pessoas. Respeitar as pessoas é estar presente e, quando vivemos uma dificuldade, o mais importante é a pessoa que conduz estar presente para tomar as grandes decisões. Essas decisões não podem ser terceirizadas para quem não tem teve sequer um voto”, argumentou.
Coleta de lixo irregular
Durante o uso da tribuna, Geada também falou sobre reclamações repassadas a ele pela população. “Eu recebi uma mensagem no whatsapp falando sobre a situação da coleta de lixo na comunidade Taipa. Está há dias acumulado e as pessoas não suportam mais. Quero deixar bem claro uma coisa. Quando se fala em coleta de lixo, às vezes, tem aqueles mal avisados que dizem aos profissionais que falamos mal deles. Mas não, falamos mal de quem administra", esclareceu.
"O gari, o trabalhador, ele merece ser visto com melhores olhos, porque os olhos do povo também estão voltados para a qualidade de vida deles. A pessoa que recolhe o lixo tem que ser tratada com mais respeito e consideração, principalmente, dando condições de vida para que possa sustentar sua família. Se existem dificuldades financeiras na administração, que se possa, no mínimo, aqueles que precisam mais cobrir suas despesas e fazer com quem recebam o que é de direito deles. Por isso, quem coleta o lixo tem todo nosso apoio, nossa admiração e nosso apreço. Mas gostaria de pedir que o líder de governo leve até a administração esse pedido da comunidade da Taipa para que o lixo seja retirado com o máximo de urgência”, finalizou.
Ordem do Dia
Na oportunidade, foi aprovado por unanimidade o Projeto de Lei – PE nº 34, de 25 de outubro de 2016, que anula dotação orçamentaria e abre crédito suplementar no âmbito da Secretaria Municipal da Fazenda, Indústria e Comércio, anulando no subitem 2.008 – Manutenção da Administração Fazendária, no valor de R$ 170 mil, suplementando o subitem 0.002 – Amortização e Encargos da Dívida Pública. Conforme justifica do PE, é necessária a aprovação para fazer frente às despesas de pagamentos de financiamentos junto ao BADESC, INSS, FGTS e COHAB.
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