O projeto de interligação ferroviária complementando a rede logística que atende o Sul do Brasil – a chamada Ferrovia Litorânea – pode ter uma quarta proposta, além das três que hoje estão em análise pelo Dnit. Estas propostas foram apresentadas pelo coordenador-geral de obras ferroviárias do Dnit, Marcelo Almeida Pinheiro Chagas, na segunda-feira no fórum de presidentes das regionais Sul e Extremo Sul da Facisc.
Do encontro, realizado na Acic, em Criciúma, além do setor empresarial, participaram políticos, como os deputados federais Edson Bez de Oliveira e Ronaldo Benedet, e os deputados estaduais Ricardo Guidi e Vicente Caropreso. Para analisar essa quarta proposta, será marcada uma nova reunião, com a Valec e o Dnit, para discutir o traçado ideal da Ferrovia Litorânea. A ideia é que a reunião seja feita ainda em novembro.
Na reunião de segunda-feira o representante do Dnit apresentou os três projetos que hoje estão sendo analisados para a execução dos dois lotes da ferrovia, que ligará Imbituba a Itajaí, margeando as cidades do litoral catarinense.
O projeto foi dividido em Lote 1 Imbituba/Tijucas e Lote 2 Tijucas/Araquari, ambos totalizando 247 km. A realização da obra, que já custou R$ 17 milhões, tem enfrentado as dificuldades pela passagem na área indígena do Morro dos Cavalos.
Considerando esta situação, o Dnit tem analisado três alternativas, uma margeando a rodovia, passando pelo Morro dos Cavalos, outra com túnel também pelo morro e uma terceira, que sairia completamente da área da Funai, avaliada em R$ 16 bilhões, desviando dessa área, com 55 km de túneis.
A estas três opções pode somar-se uma quarta proposta, em que a ferrovia se uniria à região Oeste e dali seguiria para Itajaí. A proposta ainda nem chegou ao Dnit e segue em estudos pela Valec. Ela deve ser apresentada ao ministro dos Transportes e já é considerada muito mais econômica por desviar da região do Morro dos Cavalos. Inicialmente estima-se que deve reduzir em aproximadamente R$ 4 bilhões o custo da obra.
Reunião
As propostas foram analisadas pelos representantes das associações empresariais, e a discussão se concentrou na expectativa de viabilização do projeto e que este contemple o porto de Imbituba e a interligação do Sul com o restante do Brasil.
O vice-presidente da regional Sul da Facisc, Carlos Fornasa, salientou que o objetivo é viabilizar a obra. “É um projeto que se está buscando há muito tempo e o que precisamos é fazer com que se consiga agilizar”, observa.
O vice-presidente Extremo Sul, Joy Daniel, reforçou que o objetivo é que a ferrovia garanta uma nova oportunidade de desenvolvimento, desde que saia do papel. “Foi dado mais um passo, com representantes empresariais e políticos, além do Dnit, que mostraram aos nossos empresários a dificuldade de se executar um projeto desse vulto. Agora vamos continuar a buscar esse projeto, que vai permitir a competitividade do Sul.”
Com informações do Jornal Diário do Sul