Com a proibição das doações de empresas e as dificuldades em arrecadar recursos para as campanhas, o dinheiro público recebido por meio do fundo partidário se tornou altamente relevante para que os candidatos a prefeito da Região Carbonífera bancassem os custos da corrida eleitoral.
Nos 12 municípios, pelo menos R$ 420 mil dos mais de R$ 1,8 milhão já declarados como receita de campanha saíram dos cofres públicos. O valor ainda pode mudar, porque nem todos os candidatos já concluíram a prestação de contas à Justiça Eleitoral.
Na Amrec, o partido mais generoso com os próprios candidatos foi o PP, que destinou cerca de R$ 190 mil a sete aspirantes ao cargo de prefeito, o mais beneficiado foi Valmir Bratti, de Orleans, que transformou os R$ 65 mil recebidos do partido em pouco mais de 3 mil votos, e ficou em último lugar no município.
O segundo partido que mais destinou verba pública às campanhas na região foi o PSDB, que contribuiu com mais de 70% da arrecadação declarada do prefeito eleito de Criciúma, Clésio Salvaro. O candidato foi o mais beneficiado com o fundo partidário na região, com R$ 129 mil creditados na conta da campanha pela direção nacional tucana.
Na maior cidade da região, Márcio Búrigo (PP) recebeu uma ajuda de R$ 29,9 mil, Fábio Brezola (PT) contou com uma contribuição de R$ 20 mil e Odelondes de Souza (PSOL) não recebeu nada – o socialista declarou ter arcado ele próprio com todos os custos de campanha.
Em Içara, por enquanto, apenas Dalvania Cardoso (PP) declarou ter recebido algum montante do fundo partidário: pouco menos de R$ 14 mil. O prefeito eleito, Murialdo Gastaldon (PMDB), não declarou nenhuma receita vinda do partido, embora seja o candidato da região que reuniu a maior multidão de doadores individuais, quase todos contribuindo com pequenas somas.
Os recursos do Fundo são provenientes quase que integralmente do orçamento da União. O Fundo Partidário Nacional também recebe recursos de doações e multas, como aquelas pagas pelos eleitores em situação irregular, e as que são originadas em condenação judicial eleitoral de políticos e candidatos. Neste ano, até junho, os 35 partidos políticos já haviam recebido quase R$ 740 milhões.
Com informações de Renan Medeiros / Clicatribuna