Educação

Criança e professor

Foto: Divulgação

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Das inúmeras comemorações que ocorrem em outubro, duas devem ser exaltadas pela importância que representam para a vida do Planeta: a criança e o professor, pela interligação que existe. Na criança está a esperança de um mundo melhor; no professor a responsabilidade de formá-la para a inserção e atuação na sociedade incerta que a espera. Mas, como e por que surgiram essas comemorações? Qual a essência de cada uma? Como são comemoradas no mundo contemporâneo?

O dia da criança é comemorado em várias partes do mundo em datas diferenciadas, porém, conta a história que, no Brasil, a ideia surgiu de um político em 1920, oficializada em 1924 pelo então presidente da república. Apenas em 1960  passou a ser comemorada com intensidade, porém, por interesse de empresas fabricantes de brinquedos que estrategicamente passaram a usar a data para comercialização dos seus produtos, transformando-a num dia de consumismo, deixando de lado sua essência.

Cabe, pois, à família e aos professores o compromisso de incutir e desenvolver a ideia de que na criança reside a esperança de uma sociedade melhor, devendo ser valorizada muito além de bens materiais, tendo seus direitos preservados e aprendendo  a cumprir seus deveres a fim de conquistar sua  liberdade com responsabilidade.  Isso se chama formação e educação, parceria inevitável entre escola e família.

O dia do professor teve sua origem em 15 de outubro de 1827, ocasião em que D. Pedro I criou, por Decreto, o Ensino Elementar no Brasil, determinando que “todas as cidades, vilas e lugarejos  tivessem  escolas  de primeiras  letras”. Eram ideias inovadoras e revolucionárias enfocando a valorização do ensino e dos professores que, se cumpridas, teriam sido ótimas. Alguma semelhança com a situação que vive a educação  atualmente? Os problemas arrastam-se há muito tempo e se agravam cada vez mais. Tudo é muito lento quando se pensa educação; as coisas demoram acontecer… Basta para isso nos atermos à oficialização da comemoração do dia do professor, pois somente em 1947, exatos 120 anos depois de assinado o referido decreto, é que, por iniciativa de um professor de uma pequena escola em São Paulo, surgiu a ideia de organizar de uma parada para descanso e confraternização, e ao mesmo tempo analisar  o trabalho até então realizado e traçar metas para a conclusão do ano letivo naquela unidade escolar. A ideia tomou corpo e só em 1963 a data foi oficializada como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, cujo teor em seu Art. 3º dizia: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

Assim, com fins definidos especificamente surgiram essas duas comemorações tão significativas, passíveis de uma reflexão. De um lado, vemos crianças vivendo num mundo de desigualdade; consumismo exacerbado; carência das necessidades básicas como saúde, educação e segurança. Do outro, professores desvalorizados pelo sucateamento do sistema educacional… Mas, atrevo-me a perguntar: em quantas escolas deste país imenso os professores em seu dia refletirão uma saída para o caos instalado na educação, a começar por sua escola? E as famílias, que valores acrescentaram a seus filhos no dia deles?

Parabéns aos Professores, Professoras e Crianças!