Vereadora concedeu entrevista coletiva sem conter o choro.
Após um dia de silêncio, Tati Teixeira se pronunciou na tarde desta quinta-feira sobre a desistência de Cleiton Salvaro à candidatura. Ela afirmou que sentiu-se apunhalada pelas costas. Apesar de seu partido, PSD, ter declarado apoio à candidatura de Clésio Salvaro ontem, Tati diz que ainda não decidiu qual projeto apoiará em Criciúma. “Meu partido achou por bem tomar uma decisão ontem, mas peço que respeitem minha dor. Vou tomar uma decisão baseada no que for melhor para os criciumenses.”
A vereadora disse que esteve à beira de desistir da candidatura a vice-prefeita e, na última segunda-feira chegou, a assinar uma carta de desistência, mas voltou atrás. “Meu compromisso com a cidade era maior, e decidi seguir no projeto Paz por Criciúma até o fim. Ontem, dois dias depois do prazo de substituição da campanha, fui apunhalada pelas costas. Fui surpreendida com a informação da renúncia”.
Tati alegou, ainda, que gostaria de ter a possibilidade de assumir o comando da campanha e continuar a caminhada como candidata a prefeita. “Não posso fazer isso em razão dos prazos eleitorais. Cabe a mim seguir minha caminhada como cidadã e auxiliar dentro das possibilidades os compromissos que tenho com a coligação. Com muita tristeza no coração, sigo com a única opção que tenho. Deixar a candidatura. Registro minha gratidão a todos que honraram com sua palavra. Saio com a consciência tranquila de quem continua fiel aos seus valores”, desabafou.
Confira abaixo outros temas da coletiva:
Por que cogitou abandonar a candidatura a vice-prefeita na última segunda-feira?
“Alguns detalhes da condução da campanha. A princípio, acreditava que era algo momentâneo, ou até por falta de experiência. Tentei auxiliar para tentar dar o rumo da campanha de uma forma mais correta, dando o melhor da gente. Algumas vezes, até questionei se queriam realmente vencer a eleição. Se esse era o principal objetivo. Diante dessas situações difíceis durante a campanha, cheguei a protocolar em cartório no último dia 12 a minha vontade de renunciar a candidatura de vice-prefeita. Mas acredito que quando se começa algo tem que ir até o final. Não sou de fugir da raia e desistir. Sempre pensei que tínhamos uma missão muito maior. Sou esperançosa, acreditei que as coisas iriam se resolver no momento certo”.
Depoimento na propaganda eleitoral, quase que premeditando o que estava por acontecer
“Muitas vezes as coisas são divinas. Sempre disse para a coordenação da campanha que só falava o que eu acreditava, não adiantava vir com textos prontos. Tinha que externar os meus sentimentos e a minha forma de ser. A equipe entendeu isso e sempre foi parceira. Construímos o texto, em conjunto, para fazer essa reflexão. Algumas vezes, a orientação da coordenação da campanha era atacar um ou outro. Mas sempre mantive a postura de coerência. De fazer um debate de respeito com a sociedade. Foi uma luz que veio, não sabia de nada que iria acontecer. Porque foi pega de surpresa no meio da manhã, oficialmente, a decisão só veio no meio da tarde. Foi algo meio inexplicável”.
Conversa com Cleiton Salvaro
“Ele simplesmente me telefonou ontem à tarde. Tinha tentado contato com ele desde o período da manhã, quando recebi uma informação da coordenação da campanha. A partir de então, tentei fazer contato para ver até que ponto era verídico. Só recebi a ligação dele no meio da tarde dizendo que tinha tomado a decisão. Questionei se tinha certeza do ato, das consequências que causaria. Ele só deu uma justifica rápida e depois não conversamos mais. Ele falou que o parceiro dele, neste momento, tem uma grande força. O Clésio Salvaro. Não quero acreditar que havia algo planejado”.
Posição de apoio a alguma candidatura
“O PSD fez uma reunião ontem e falaram da importância da minha presença. Mas comuniquei que gostaria de ser respeitada nesse momento. Tudo tem que ser avaliado. Talvez, se pensasse só em mim, teria tomado um lado ontem. Mas meu lado é a cidade, as pessoas. Não posso ser irresponsável de não acertar. Acredito que o partido vai aceitar a minha decisão. O encaminhamento será dado no momento certo”.
Possibilidade de abandonar a política
“Tenho minha profissão, sou educadora. Parei projetos, mestrado, amo a edução. Mas acho que tenho uma missão maior. Algo inexplicável. Confesso que seria feliz na educação, na área que escolhi para atuar. Mas tem alguma coisa que me puxa na política. Mas também não sou refém dela. Só estarei nela se perceber se posso contribuir com as pessoas. A partir do momento que não contribuo neste espaço, eu saio tranquilamente. Não estou aqui pelo poder. Uma das piores coisas que tem na política é a briga do poder pelo poder. As pessoas estão sofrendo, Criciúma está sofrendo muito. Tudo tem o seu tempo, só decido se fico ou não passando por essa linha”.
Com informações do Portal Engeplus