Polícia acredita que ataque tenha relação com atentados de Florianópolis e do Vale do Itajaí
Um ônibus foi incendiado no Bairro Jardim União, em Criciúma por volta das 22h40min desta sexta-feira. Segundo o oficial do dia, major Fraga, da Polícia Militar, dois homens armados entraram num ônibus que transportava funcionários da Seara Alimentos. "Eles estavam de moto e abordaram o önibus com uma arma de cano longo, provavelmente uma calibre 12. Eles mandaram os passageiros descerem e arremessaram um coquetel molotov para dentro do ônibus, felizmente ninguém se feriu", afirma o major
Todo o veículo foi destruído. Um dos moradores ainda no ônibus no início do incêndio para se certificar de que não havia ninguém dentro. A Polícia Militar faz rondas no local à procura dos autores do crime, porém, até agora ninguém foi capturado.
De acordo com o major, a linha que o ônibus fazia não era de conhecimento da PM. "Esse ônibus não estava com escolta porque não conhecíamos essa rota. Vamos agora conversar com as empresas para ver que tipo de suporte poderemos dar para esses veículos", diz.
Outros ataques semelhantes têm sido praticados em Florianópolis, Joinville, Itajaí, Gaspar e Palhoça nesta semana.
Ônibus já estavam sendo escoltados
De acordo com matéria do Clicatribuna, em Criciúma, operações de escolta aos coletivos começaram a ser cumpridas desde a última sexta-feira. A assessoria de imprensa da Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU) enviou nota à imprensa ainda antes deste ataque, anunciando que as linhas de ônibus já iriam circular com escolta da Polícia Militar neste fim de semana.
Conforme o comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Márcio Cabral, dez locais deverão ser selecionados pela Polícia Militar para o desenvolvimento dessas operações, que também inclui o patrulhamento em áreas externas do presídio e da penitenciária.
“Além da escolta, teremos viaturas em locais considerados perigosos em Criciúma. Os agentes aguardarão nesses locais o trajeto do ônibus”, explicou o comandante.
A operação “Área Limpa” também fará parte deste conjunto de ações. “Trata-se da abordagem de pessoas e veículos em bairros também considerados perigosos”, detalha Cabral.
Todos os policiais da cidade estarão envolvidos nessas operações, que não têm data para encerramento.
Motivo dos ataques pode ser represália
A PM admite que tem informações do que pode estar motivando os ataques, porém não divulgou quais seriam. Segundo informações preliminares levantadas pela reportagem, os ataques seriam uma represália a denúncia e prisão dos homens que assassinaram a agente penitenciária Deise, em Florianópolis, que também era esposa do diretor do Presídio de São Pedro de Alcantra. Alguns dos envlvidos na morte e que teriam particpação no Primeiro Grupo Catarinense (PGC) estão presos na Penitenciária Sul.