Foram meses de silêncio e anos de uma gestão muito criticada pela oposição, moradores do município e da região. Ontem, enfim, o prefeito de Capivari de Baixo, Moacir Rabelo (sem partido), decidiu falar. “Fui acusado inúmeras vezes e preferi ficar quieto, porque o silêncio dita mais alto. Não foi covardia, mas cautela. Se respondesse a todas as perguntas, cada palavra podia ser interpretada de uma forma diferente”, avalia.
O atual mandatário capivariense esclarece que assumiu o cargo sem transição de seu antecessor e que teve nesses quase quatro anos muitos percalços, como, segundo ele, a falta de estrutura na prefeitura com materiais sucateados, dívidas que beiravam os R$ 10 milhões e, recentemente, a crise econômica, a qual assola o país.
“Passamos por momentos muito difíceis, de vários programas federais que tivemos que arcar com 50% dos recursos. Espero fechar este mandato, o qual será o meu último na minha história política, com chave de ouro! Quero deixar para o meu sucessor uma gestão diferente com tudo encaminhado, boa infraestrutura, educação em dia, saúde e outras áreas também”, destaca.
Como este será o seu último mandato, Moacir almeja também se aposentar da carreira do magistério e aproveitar a vida com os seus familiares. “Tive muitas decepções políticas, e a partir de 2017 estarei mais perto da minha família. Procurei, em minhas gestões, executar um trabalho de qualidade dentro do município dentro das limitações do orçamento da cidade. Acredito que deixo um bom legado”, afirma.
Como não tem mais ambições na vida pública e está sem filiação partidária, Moacir espera do próximo prefeito muito compromisso, agilidade e que leve o município a patamares ainda não alcançados. “Dentre os candidatos à majoritária, aposto naquele que está menos assessorado por pessoas que não acrescentam, as quais, por experiência, já fizeram parte do meu governo e tiveram que sair por não contribuir como deveriam”, expõe.
Moacir afirma que o município não está na ociosidade
Os últimos anos não têm sido dos mais fáceis para o prefeito de Capivari de Baixo, Moacir Rabelo. Desde 2015, foram inúmeras as ações civis públicas por improbidade administrativa contra o gestor: nepotismo, indisponibilidade de bens, crime ambiental e fraude em concurso, as quais, segundo o prefeito, serão provadas sua inocência. “Tenho trabalhado pelo município, quanto a uma das multas que tivemos estamos buscando a sua redução em 90%”, garante.
Mesmo com a diminuição na arrecadação, o chefe do poder executivo salienta que sempre atuou para as obras e garantir o desenvolvimento do município. “Encontramos problemas nas licitações com a iluminação pública, algumas empresas, desde março, contestam, e somente no mês passado conseguimos, via judicial, garantir o vencedor, daí os trabalhos de manutenção iniciaram no início da semana passada. Melhoramos os problemas com o abastecimento de água e, até o fim do próximo mês, acredito que finalizaremos as operações tapa-buracos”, projeta.
O gestor explica que por falta de aprovação do parcelamento de dívidas de gestões passadas, neste ano, na Câmara, o município está sem negativas e perdeu a oportunidade de adquirir uma ambulância e R$ 200 mil, que seriam investidos em camada asfáltica.
Secretária assegura investimentos na educação
Na área de educação, conforme Moacir Rabelo, foi aplicada uma gama especial de atenção, principalmente em reformas estruturais. Cita alguns imóveis que receberam melhorias, como o Centro de Educação Infantil Betildes Silva Xavier, a Dona Tidinha; o Centro de Educação Infantil Osmarina Rodrigues de Souza; a Escola Stanislau Gaidzinski Filho, entre outras, além da construção da Escola Rural do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, no bairro Ilhotinha.
A secretária de Educação e Cultura, Márcia Roberg Cargnin, destaca que as reformas e ampliações têm sido essenciais para atender as crianças dentro dos parâmetros de qualidade da educação infantil. Ela aponta que surgiram alguns problemas, mas a busca pela resolução sempre é encontrada.
“Nossos convênios são de R$ 28 mil, e os investimentos em alimentos ultrapassam os R$ 100 mil. Os fornecedores não esperam. Com a crise, o pagamento tem que ser instantâneo. Nos últimos dias, definimos pela não realização do desfile cívico no Centro, por demandar de uma estrutura grandiosa, mas as escolas farão em seus bairros. Não podemos deixar dívidas para a próxima gestão”, planeja Márcia.
Com informações do Jornal Notisul