Saúde

Apoiadores da fosfoetanolamina realizam manifestação

Foto: Divulgação

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Como forma de pressionar as autoridades competentes pela liberação da fosfoetanolamina sintética, substância conhecida como “pílula do câncer”, pacientes, familiares e apoiadores da causa irão se juntar a um movimento nacional no domingo e se reunir na região Sul para uma manifestação.

A ação será realizada em frente a igreja do bairro Pedreiras, no Rincão, a partir das 14h. Quem lidera o grupo é a diarista Tatiane Botelho, que acompanha a luta do marido Gerson Fernandes, portador de um câncer nossos ossos, no fígado e no pulmão. A expectativa da organizadora é que aproximadamente 300 pessoas participem.

Conforme Tatiane, essa será a segunda tentativa de chamar a atenção para o assunto na região. “Na primeira vez mesmo debaixo de chuva nós reunimos 70 pessoas na manifestação. Dessa vez estamos fazendo mais convites, panfletando e nos organizando com mais antecedência na tentativa de engajar mais apoiadores pela causa”, comenta.

Para a líder, não há mais tempo para esperar por essa decisão. “Queremos que a lei seja finalmente colocada em prática, pois os pacientes podem não ter nem mais um dia para esperar. Isso não é brincadeira. Todos que pedem para usar a ‘fosfo’ sabem a responsabilidade que estariam assumindo, mas é como uma última esperança que estão nos tirando. Queremos o direito de lutar pela vida por outro caminho quando a medicina tradicional não nos dá mais opções”, afirmou emocionada.

Experiência vivida em casa

A luta de Tatiane e sua família ganhou força após o marido utilizar a substância e ter sua qualidade de vida melhorada. De acordo com ela, após 60 sessões de quimioterapia e já muito debilitado o esposo optou por utilizar o remédio adquirido por meio de uma ação judicial. “Depois de lutarmos e gastarmos com advogados conseguimos receber as cápsulas. Em exatos cinco dias ele deixou a morfina de lado e simplesmente levantou para uma vida normal. Não há como descrever o avanço dele”, comentou.

Mesmo em doses mais reduzidas, Fernandes continuou tomando a medicação até julho, quando as reservas acabaram. “Quando acabou a quantia que ele recebeu de São Paulo fui conseguindo por meio de doações de pessoas que desistiram de usar ou não conseguiram usar tudo. Mesmo tentando arrecadar o máximo possível as cápsulas chegaram ao fim e ficamos com muito medo”, completou.

Deixando o convite para toda a comunidade, Tatiane pede a atenção de todos para o assunto. “Hoje sou eu e meu marido, mas amanhã pode ser a família de qualquer um. É um trabalho de formiguinha que precisamos fazer hoje para poder colher um resultado depois. Não podemos continuar com tanta gente desinformada e desinteressadas. Precisamos nos unir”, finaliza.

Com informações de Mayara Cardoso / Clicatribuna