O Hospital Santo Antônio de Timbé do Sul deve encerrar o atendimento à população até o fim da tarde desta terça-feira (05). A decisão ocorreu depois que a administração do hospital recebeu a informação de que os valores referentes ao convênio assinado no fim do mês passado com o Governo do Estado para liberação emergencial de R$ 200 mil reais não serão depositados.
O valor conseguido através de emenda parlamentar de quatro deputados estaduais da região, era tido como uma espécie de luz no fim do túnel para pagar as despesas dos profissionais médicos e de outros dezesseis funcionários que estão há nove meses com seus salários atrasados. “Nós resistimos até onde conseguimos ir. Nossos funcionários estão todo este tempo sem receber salários e trabalhavam por amor à causa. É muita falta de interesse em ajudar,” criticou o vice-presidente da associação que mantém o Hospital Santo Antônio, Fernando Manentti.
Ainda de acordo com o administrador, o convênio com o Estado que repassaria recursos para custeio e manutenção dos serviços de saúde no Hospital, chegou a ser assinado no dia 31 de maio, mas os recursos não vieram conforme prometido, o que tornou impossível manter as portas abertas.
“Assinamos convênio, abriram conta e não depositaram. Alegaram falta de recursos financeiros. É essa a desculpa de sempre. Infelizmente o hospital fecha suas portas hoje e estamos todos indignados pela falta de responsabilidade de nossos governantes. É um descaso total dos governantes públicos federais, estaduais e municipais,” desabafou Manentti.
Pacientes transferidos
Hoje (05) pela manhã, o clima era de muita tristeza nos corredores do hospital que existe desde 1971, ou seja, há mais de 45 anos. Com os olhos cheios de lágrimas e a voz embargada, os funcionários lamentaram a decisão dos Governos Municipal, Estadual e Federal.
Segundo a secretária executiva do Hospital Santo Antonio, Celir Panatto cerca de 98% dos atendimentos realizados na instituição são pelo Sistema Único de Saúde-SUS, no entanto a tabela defasada não é o suficiente para pagar os altos custos de funcionamento. Celir mal conseguiu falar com a reportagem pois não conteve a emoção e chorou ao telefone ao confirmar o fechamento da casa que já salvou muitas vidas.
Os pacientes que estavam internados foram transferidos ontem a noite para hospitais de Turvo e Araranguá.
Prefeitura cortou repasse
O hospital que já enfrentava uma crise econômica teve sua situação ainda mais complicada depois que a prefeitura municipal cortou em outubro do ano passado, a verba mensal de aproximadamente R$ 15 mil reais, utilizada principalmente para custear os honorários médicos dos plantonistas que atendem em regime de 24h o serviço de emergência do hospital.
Com informações do RevistaW3