Alguns pais levaram ontem alimentos necessários para dois dias. Para eles, a situação é lamentável.
Centros de Educação Infantil – CEIs em Capivari de Baixo estão sem merenda segundo alguns pais das cerca de 300 crianças atendidas na rede municipal de ensino. Um dos denunciantes, que foi buscar o seu filho no fim da tarde desta segunda-feira, foi surpreendido com o pedido de uma professora, para contribuir com alimentos para a creche. Ela alegou que a situação no local está difícil.
Para que os filhos tenham o que comer, alguns pais levaram, ontem, alimentos necessários para um ou dois dias. “É lamentável esta situação! Os responsáveis por administrar o município e a educação vivem pedindo para darmos um jeitinho brasileiro, ir se virando. No ano passado, a falta de alimento também ocorreu. As professoras passaram que tudo é feito com atraso, até o pagamento dos servidores nunca é quitado em dia. Está cada vez pior”, desabafa uma das mães.
Os pais de um menino, matriculado em um CEI na região central, aponta que a situação é um verdadeiro descaso. “Não temos condições de pagar uma creche particular. O alimento é algo básico e necessário, não tem motivo para que o prefeito não honre com este compromisso, que é constitucional. As crianças não podem ser vítimas das trapalhadas da sua gestão. Se não fossem as doações, acredito que as crianças não teriam nada para comer”, lamenta.
De acordo com a secretária de Educação, Márcia Roberg Cargnin, essas informações ainda não lhe foram repassadas. “Se faltou algo, não fui informada. Vou conversar com a nossa nutricionista amanhã (hoje) pela manhã”, planeja.
MP já ingressou ação por déficit de vagas
A situação administrativa de Capivari é debatida todos os dias por seus moradores. O município, sede de uma das maiores empresas do estado, a Tractebel Energia – que repassa uma fatia bem considerada de Imposto Sobre Serviços – ISS à prefeitura -, atravessa uma série de problemas infraestruturais e em suas repartições públicas. O déficit educacional no ensino infantil, por exemplo, é um dos principais motivos que levou o Ministério Público a ingressar, neste ano, duas ações contra o prefeito Moacir Rabelo, uma delas, de improbidade.
Com informações do Jornal Notisul