Uma senhora interrompe o passo de repente e se segura nos corrimãos. Depois de um instante, volta a caminhar, segue com receio, devagar, e aos poucos avança sobre a Ponte Pênsil, em Tubarão. A sensação de insegurança tem motivos: além do balanço, a estrutura da velha ponte parece não aguentar mais o tráfego intenso de pessoas.
A reportagem do DS esteve no local durante a tarde de ontem e viu essa cena se repetir algumas vezes. Rotina na vida de muitos estudantes do colégio Dehon e da Unisul, a ponte é a única maneira de atravessar o Rio Tubarão na altura dos bairros Dehon e Oficinas.
Sem opção, a assessora jurídica Silvia Bones, 47 anos, atravessa o local todos os dias. “Sempre dá medo. Reformaram algumas tábuas e colocaram a iluminação, mas acho que essa ponte tem que ser reconstruída. A segurança tem que ser total”, diz a mulher, que é natural do Rio Grande do Sul e mora em Tubarão há dois anos.
Logo na entrada, no acesso pela margem direita, a estrutura de ferro que impede a passagem de bicicletas está apodrecendo, com ferros já completamente soltos na parte de cima. Pouco depois, aparece o primeiro corrimão totalmente desprendido – ao longo da ponte, pelo menos quatro estão no mesmo estado. Há ainda buracos nas telas de proteção das laterais da estrutura.
“A gente não se sente nem um pouco segura. É um perigo, ainda mais que todos os dias passam muitos estudantes. Deveriam fazer uma ponte nova”, comenta a aposentada Maria da Graça Fernandes.
Já o industriário Marcelo Mateus, de 41 anos, destaca como ponto positivo a colocação de postes, instalados no meio do ano passado. “Melhorou muito a segurança. Antes sempre aconteciam assaltos durante a noite”, diz.
Mas a real eficácia deles é questionável. Isso porque, ao longo da estrutura, pelo menos dez dos 26 postes estão sem lâmpadas – desde que foram colocados, eles têm sido alvo de vandalismo. Questionada sobre a necessidade de reparos no local, a prefeitura de Tubarão afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a manutenção da ponte é feita periodicamente.
Segundo o gerente de obras da Secretaria de Infraestrutura da cidade, Guilherme Daufenback, “os cabos estruturais, que estão abaixo do assoalho, estão em bom estado de conservação. Nos demais cabos que apresentaram defeitos, foram feitos reparos necessários, na última semana”. A famosa Ponte Pênsil, conhecida como Ponte de Arame, foi inaugurada em 1965. Dez anos mais tarde, precisou ser refeita, pois a enchente de 1974 a destruiu.
Com informações do Jornal Diário do Sul