Educação

Lição de casa: sim ou não?

Foto: Divulgação

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Entre tantas queixas dos professores em relação às dificuldades que a escola enfrenta para atingir suas metas educacionais uma, em especial,  tem chamado à atenção: o não cumprimento da tarefa de casa, que nada mais é do que a fixação dos ensinamentos passados em sala de aula. Por falta de comprometimento da família em cobrar dos filhos a responsabilidade para com o aprendizado que se inicia na escola devendo ter continuidade fora dela, professores veem-se prejudicados no exercício da função. A vida é um eterno aprendizado, e fazer tarefas em casa é um exercício para aprender responsabilidade, organização, comprometimento, e tantos outros valores imutáveis e inerentes ao ser humano.

O grande problema, porém, é incutir valores em crianças e jovens que presenciam no seu dia a dia a maior crise de valores dos últimos tempos. Mas, como todos sabem é na crise que surgem novas ideias, buscam-se alternativas para sobreviver, aguça-se a criatividade,  cabendo então à escola unir forças, buscando parceria com a família para a solução do problema. Mas, como fazer? Partindo do princípio que toda tarefa, por mais simples que seja, tem como função a sistematização do aprendizado da sala de aula, bem como a  preparação do cidadão para  a  aquisição de novos e significativos conteúdos que  o levarão ao aprofundamento dos conhecimentos, indispensáveis para o sucesso pessoal e profissional.

No entanto, isso, impõe um grande desafio para pais, escola e alunos. À escola cabe o desafio de criar situações para que o aluno perceba a tarefa de casa como uma forma de desenvolver sua autonomia, uma vez que toda descoberta leva a um novo conhecimento; ao professor cabe a responsabilidade de elaborá-la de acordo com o projeto pedagógico, mas de forma clara, motivadora, diversificada e bem orientada para que desperte o interesse pela realização; aos pais cabe o compromisso de acompanhar a postura do filho no cumprimento do dever, incentivando-o, estabelecimento critérios e ambientes propícios para que este momento de construção de novos conhecimentos seja agradável e produtivo; ao aluno cabe saber usar o tempo e a oportunidade que lhe são dados para a aquisição de novos saberes.

Mas,o que dizer aos pais quando angustiados questionam: Como ajudar se não compreendo a modernidade do ensino, meu grau de instrução está aquém dos conhecimentos do meu filho, meu tempo é limitado? A família precisa compreender que estar presente na vida escolar de um filho não significa fazer por ele, mas propiciar condições para que ele busque motivação e se encante com a busca pelo novo. Para isso, atitudes simples e  pontuais precisam ser desencadeadas no seio familiar, criando-se hábitos e atitudes comportamentais, determinando horários e locais de estudo, acompanhando o desenrolar das atividades de forma incentivadora, vibrando com as conquistas, compartilhando os erros, mas acima de tudo comemorando cada momento passado ao lado do filho nessa caminhada rumo a um futuro mais promissor, com a convicção de que é um trabalho necessário e, se bem executado, contribui para a autoestima, satisfação pessoal e profissional.