Foto:Reprodução/RBS TV
Uma nova testemunha surgiu no caso de maus-tratos no Asilo Santa Isabel, em Laguna. Oficialmente há cinco vítimas – todas mulheres – confirmadas que sofreram agressões físicas e ofensas morais. Um ex-funcionário, que trabalhava com serviços gerais, se apresentou na delegacia nesta quinta-feira, acompanhado de um advogado, para prestar depoimento.
A testemunha atuou no local de dezembro de 2013 a junho de 2015. “Ele relatou que presenciou a freira amarrar os idosos para não se locomoverem. Também disse que sabia da existência de denúncias de agressão lá dentro”, conta o delegado que preside as investigações, Flávio Costa Gorla.
Inclusive houve um episódio em que o próprio funcionário sofreu um acidente com uma serra circular de mesa e foi obrigado a continuar o trabalho com a mão sangrando e sem receber assistência médica. Atualmente, ele possui uma deficiência na mão devido ao acidente.
Apesar de existirem cinco vítimas, quatro prestaram depoimento. Uma das idosas não pode comparecer. “As pessoas precisam entender que o inquérito é um instrumento democrático e imparcial. Não estamos aqui para acusar ninguém. Apenas queremos apurar os fatos”, desabafa o delegado.
O inquérito foi concluído no último dia 9. Desde então, o Ministério Público tem 15 dias para analisar o caso e tomar uma decisão. “Acredito que semana que vem teremos uma resposta. Mas é preciso aguardar para saber o que irá acontecer, se irão decretar a prisão preventiva da freira. Também pode ser que novas provas sejam exigidas”, explica. Para o delegado, todos os idosos do asilo eram negligenciados.
O ex-funcionário é a sétima testemunha do caso. A primeira denúncia ocorreu no dia 25 do mês passado e, durante este período, a Polícia Civil trabalhou na investigação para solucionar o crime e concluir o inquérito. Todas as idosas continuam no asilo.
Entenda o caso
A Polícia Civil de Laguna esteve no asilo no dia último dia 25, em atendimento a uma solicitação do Ministério Público. A denúncia revelava que uma freira de 42 anos maltratava uma idosa de 66. No decorrer da investigação, mais vítimas surgiram. Surra de toalha molhada, chineladas no rosto, puxões de cabelo, tapas no rosto, entre outras, estão entre as torturas praticadas.
Geralmente ocorriam quando as vítimas negavam-se a dormir ou outro tipo de desobedecimento, e faziam suas necessidades fisiológicas nas fraldas.
Conforme o delegado, além da religiosa, há uma funcionária que a obedecia e, com isto, era conivente com a situação. Os maus-tratos ocorreram entre setembro do ano passado e janeiro último. As cinco idosas possuem entre 66 e 92 anos.
A freira foi transferida para uma instituição em Nova Veneza no mês passado. Em depoimento à Polícia Civil, ela negou todas as acusações. A instituição existe há mais de 70 anos e este é o primeiro registro policial no lugar. São 37 idosos que moram na instituição, onde trabalham 24 funcionários.
Com informações do Notisul