Política

Câmara de Araranguá volta atrás e arquiva aumento salarial

Vereadores cancelam aumento da próxima legislatura para evitar mais desgaste: “a gente precisava sair dessa”

Foto: Divulgação

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A Mesa Diretora da Câmara de Araranguá decidiu em reunião, no fim da tarde dessa sexta-feira, arquivar o projeto de lei que havia sido aprovado e que aumentava para R$ 9,6 mil os salários dos vereadores para a próxima legislatura. Agora, não haverá mudança nos vencimentos para os que assumirem uma cadeira a partir de 2017.

Os vereadores, prefeito, vice e secretários municipais ainda têm, contudo, um reajuste no próximo mês correspondente à inflação, o que deve elevar os vencimentos em pouco mais de 11%, passando dos atuais R$ 7,9 mil para cerca de R$ 8,7 mil. A reposição salarial dos vereadores e dos demais servidores da Câmara é praxe em todos os municípios.

Vereadores buscaram resposta rápida

O vice-presidente da Câmara, Aquiles Ghellere (o Kila, PSB), explica que a intenção era fazer uma reunião com todos os vereadores para definir o arquivamento do projeto, mas como nem todos estavam na cidade, optou-se por reunir a mesa diretora para dar uma resposta rápida. “Achamos por bem não mexer, seria um desgaste desnecessário. O momento político é complicado, a gente tinha que sair dessa. Antes era teto de vidro, agora o teto é de papel”, comentou o parlamentar.  A reportagem tentou contato com o presidente da Câmara, Rony da Silva (PMDB), mas não conseguiu.

A Associação Empresarial do Vale do Araranguá (Aciva), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e os sindicatos do Comércio Varejista (Sindilojas) e dos Contabilistas (Sindicont) emitiram nota de repúdio contra o aumento. “Eles estão seguindo na contramão da maioria das empresas, que está demitindo e cortando gastos. O ideal seria não haver reajuste”, argumentaram.

Segundo o secretário-geral da mesa, vereador Alexandre Pereira (PPS), o cálculo do reajuste previa apenas a reposição da inflação do ano passado, que ainda não foi repassada, e a deste ano. Para ele, o projeto não foi devidamente analisado pelas entidades que iniciaram campanha contrária. “O projeto previa esse aumento no salário dos vereadores, mas o que ninguém comentou é que o projeto previa uma redução nos salários do prefeito, do vice e dos secretários”, argumenta.

Prefeito diz que vetaria projeto

A reunião da Mesa Diretora da Câmara ocorreu depois que o prefeito, Sandro Maciel (PT), devolveu o projeto ao Legislativo. As entidades chegaram a ensaiar uma pressão sobre Maciel para que ele vetasse o projeto de lei criado e aprovado pela Câmara, sobre o aumento de mais de 21% nos vencimentos dos parlamentares. O prefeito, contudo, passou o dia dando declarações de que a proposta não passaria pela mesa dele porque, segundo a Constituição, cabe à Câmara decidir sobre a remuneração dos agentes políticos. “Mas, se pudesse, eu vetaria”, garantiu Maciel.

Com informações do site Clicatribuna