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Força-tarefa prende seis em Joinville e cumpre mandados neste sábado

Ação policial ocorreu nas regiões mais perigosas da cidade no Norte de SC. Neste sábado (20), foco dos policiais é cumprir mandados de prisão.

Foto: Marcos Pereira/RBS TV

Foto: Marcos Pereira/RBS TV

A força-tarefa iniciada na noite de sexta-feira (19) em Joinville, no Norte de Santa Catarina, prendeu pelo menos seis pessoas. De acordo com a Polícia Militar, as prisões ocorreram durante a noite e a madruga nas regiões Sul e Norte da cidade, onde ficam os bairros mais perigosos, conforme a polícia.

"Foram todas prisões durante blitze e outras ações da operação. Na região Sul de Joinville, duas pessoas foram presas por porte de drogas, uma por conduzir uma moto com placa adulterada e uma prisão foi por embriaguez ao volante. Na região Norte, foram duas prisões por embriaguez ao volante", detalha o tenente-coronel Jofrey Santos da Silva, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar de Joinville.

O G1 não conseguiu confirmar com a Polícia Civil se essas pessoas permaneciam presas no início da tarde deste sábado.

Já era dia quando os policiais que participaram da força-tarefa durante a madrugada chegaram ao 8º batalhão, aproximadamente 100 policiais. No local, outros 90 militares iniciaram às 9h as ações previstas para sábado.

"O foco da força-tarefa é o cumprimento de mandados de prisão mais recentes em aberto por homicídio e roubo", afirma Silva. Até as 12h, ele não informou quantos dos 17 mandados já haviam sido cumpridos.

Conforme o comandante do 8º BPM de Joinville, a força-tarefa continua nos próximos dias. "Temos reforço de 90 policiais de Florianópolis. A operação são nas áreas mais impactadas de Joinville. Depois, as ações continuam com nosso efetivo", diz.

A ação reúne policiais militares, com reforço da Tropa de Choque, do Batalhão de Operações Especiais – Bope, Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas – Rocam e cães farejadores.

Somente neste ano, a cidade registrou 21 homicídios, mas a violência na cidade cresce há pelo menos cinco anos, segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública. No ano passado, foram 126 homicídios, um número nunca antes visto na cidade.

Cúpula da segurança reunida

A criminalidade motivou a cúpula da Segurança Pública a se reunir na cidade nesta sexta. O secretário César Grubba falou aos jornalistas acompanhado o comandante-geral da Polícia Militar, Paulo Henrique Hemm, e o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Nitz.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança, não haverá transferência de poderes para Joinville, mas a cidade passará a contar com representantes dos comandos das Polícias Civil e Militar, em uma ação ostensiva.

Nenhuma medida ou ação foi detalhada, para não atrapalhar as investigações. "Nós não podemos antecipar que tipos de ações que serão efetuadas especificamente, concretamente, porque tem o fator surpresa para que não haja uma reversão do objetivo das ações que serão implementadas em Joinville", afirmou Grubba.

Foi anunciado reforço nas Polícias Civil e Militar, inclusive das forças especiais, como o Choque e Bope. "No momento, nós não temos condições de tirar policiais de outro município para transferir para Joinville porque aí vamos cobrir o pescoço e descobrir os pés", explicou o secretário.

O delegado-geral da Polícia Civil quer reduzir o número de assassinatos em 20% a 30%. Artur Nitz também afirmou que agentes da Polícia Civil de Joinville e Florianópolis trabalham em conjunto na busca de informações sobre os homicídios ocorridos na cidade. “Estamos desenvolvendo um trabalho de inteligência para retirar essas pessoas de circulação”.

"Eu estarei semanalmente despachando de Joinville", disse ao G1 o comandante-geral da PM, coronel Paulo Henrique Hemm. "Vamos dar apoio às novas gestões operacionais e participar de respostas táticas e técnicas. A região  de Joinville não  está  esquecida. Estamos trabalhando muito e vamos dar as devidas respostas", afirmou Hemm.

Outras mudanças

Em dezembro, foi anunciada a substituição do comando-regional da Polícia Civil em Joinville. No lugar de Dirceu Silveira assumiu Laurito Akira Sato, que comandava até então a Diretoria Estadual de Investigações Criminais – Deic em Florianópolis.

No início deste mês, as Polícias Civis e Militar anunciaram medidas para tentar diminuir o número de homicídios em Joinville.

Mais da metade das mortes está relacionada ao tráfico de drogas. "Isso tem característica de organização criminosa. A gente vem apurando constantemente envolvimentos e brigas dessas agremiações criminosas que estão distribuídas pelo estado", disse o delegado regional de Joinville, Laurito Akira Sato. 

"Em grande parte, existe briga pelo espaço, pela territorialidade, pela questão da distribuição das drogas", continuou o delegado.

Medidas

Para Akira Sato, a meta é reduzir o número de mortes em até 30% neste ano. Depois do carnaval, as delegacias dos bairros não vão ter mais plantonistas para registrar boletins de ocorrência à noite. Conforme o site G1 SC, esses policiais vão trabalhar durante o dia, auxiliando nas investigações.

"Tínhamos apenas um policial fazendo o atendimento de boletim de ocorrência e nenhum agente de polícia, nenhum escrivão que pudesse se dedicar exclusivamente à investigação, cumprir diligências policiais. Agora teremos cerca de três a quatro agentes no período de expediente para fazer justamente esse trabalho de investigação e cumprimento das diligências judiciárias", explicou o delegado.

Essa medida é uma forma de driblar a falta de efetivo. Atualmente, são 152 policiais civis em Joinville, quase 20 a menos do que há um ano atrás. Em junho, começa o curso de formação para os novos policiais civis. A expectativa é de que pelo menos 40 venham para Joinville.

Já na Polícia Militar, houve a troca do comando da quinta região da PM e do oitavo batalhão, em Joinville. O novo comandante da região Norte, coronel Amarildo de Assis Alves, afirmou que tem como prioridade reduzir os crimes que levam aos homicídios, principalmente tráfico de drogas e furtos.

"Uma das estratégias é colocar o policiamento na rua, como já vem sendo feito, mas com uma dinâmica diferenciada para que a população saiba que a Polícia Militar está ali como um anjo da guarda, e faremos tudo para salvaguardar as pessoas do bem", afirmou o coronel.