Paciente tem que refazer o procedimento cirúrgico, mas até agora Hospital Regional de Araranguá não fez a cirurgia, deixando o paciente sofrendo com as dores e com o perigo da fratura se tornar exposta
O fato que será contada nos parágrafos abaixo remete a história de mais um cidadão que precisou dos serviços públicos, em especial da saúde, e teve a decepção como o único sentimento em relação ao atendimento recebido. A história desta vez é de Ronaldo de Almeida Ramos, um técnico de som de 50 anos, que sofreu um acidente de motocicleta há três anos, no dia 29 de janeiro de 2013.
No começo, Ronaldo revelou à W3 que o atendimento do Hospital Regional para com ele foi muito bom. “No mesmo dia que eu sofri o acidente, eu já fui operado”, contou. Um ano e meio depois, ele ainda andava de cadeira de rodas, quando em uma consulta ao médico do hospital, veio a recomendação de se fazer fisioterapia.
“Ele sabia que o osso não estava bem calcificado na perna e mesmo assim mandou eu fazer fisioterapia, sabendo que, de repente, podia quebrar aquele osso. E como eu não tinha bola de cristal, fui fazer fortalecimento muscular”, disse.
Em novembro do ano passado, após chegar em casa, depois de uma exaustiva sessão de fisioterapia, autorizada pelo médico do hospital na época, Ronaldo lembra que sentiu uma forte dor na perna, que o fez sequer conseguir se levantar. “Neste meio período, eu retornei para o hospital e a fisioterapeuta disse que estava tudo certo, pois se tivesse quebrado a platina, o osso estaria mexendo. Com o decorrer da dor eu fui ao UPA e foi batido Raio X, constatando que a platina havia quebrado por forçar demais”, recordou.
A volta ao hospital
Ainda com muita dor, Ronaldo retornou a unidade hospitalar, onde conversou com um dos diretores, responsável direto pelos médicos. “Este diretor me disse que estava contratando novos ortopedistas e que minha cirurgia seria refeita em janeiro”, afirmou Ronaldo.
Em janeiro, o hospital entrou em contato com o paciente, que se dirigiu novamente à unidade para uma nova consulta. Mas para surpresa dele, o mau atendimento foi novamente a dose oferecida pelo Regional. “O médico me atendeu e eu perguntei se ele sabia do meu procedimento. Ele me olhou e jogou em cima da mesa (os papéis), como eu fosse um cachorro, e disse que não me conhece e que nem quer saber do meu problema”.
Após este acontecimento, o hospital direcionou uma carta, por meio da assitente social, para Ronaldo, explicando que foi constatado que não foi culpa do hospital a quebra da platina, mas que o Regional se coloca a disposição dele.
Mas a disposição não foi suficiente. Sem ter a devida cirurgia refeita, Ronaldo segue o drama de dia após dia, conviver com a dor e com o perigo de a qualquer momento o osso sair da perna. Sem o acolhimento necessário por parte do Regional, agora ele tenta pela saúde de Araranguá através do Bom Pastor, uma cirurgia em Meleiro. Além da espera, que ele já enfrenta, fica o desabafo como o único remédio neste momento.
“Eu sou ser humano, eu acho que não é só para mim, é para todos nós aqui da região, o hospital Regional tem que se colocar a disposição do nosso povo. Agora se estes médicos não querem trabalhar, que dê lugar para quem queira. Pois é muito fácil passar o cartão no fim do mês e não atender o nosso povo”, lamentou Ronaldo.
Com informações da Revista W3
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