A audiência de instrução e julgamento do caso da jovem, de 18 anos, Caroline Ghizoni Slactha foi marcada por sentimentos de emoção e revolta de amigos e, principalmente, da família da garota, que acompanhou, com faixas de protesto e camisetas em memória da jovem, em frente ao fórum de Urussanga durante a tarde de ontem. Já no lado de dentro, seis pessoas foram ouvidas, além do acusado do crime, então vizinho de Caroline. A audiência durou cerca de quatro horas. O acusado, G. P. F. P, 30 anos, confessou o crime de latrocínio, porém negou o estupro, um dos pontos cruciais da investigação.
Antes de a audiência começar, cerca de 30 pessoas protestaram. “Por que com ela, meu Deus? Uma brutalidade daquele tamanho, não tem como não ter raiva de um homem desse, não tem! Eu espero a justiça, qualquer que seja o depoimento dele. Não tem o que justifique, a brutalidade foi imensa. Não tem! Não tem!”, afirmou, bastante emocionada, Jéssica Ghizoni, tia de Caroline. Um esquema especial de segurança foi feito na chegada do acusado do crime. Sob gritos de “assassino, assassino”, algemado, ele entrou no Fórum pela entrada especial. No portão que dá acesso à entrada, familiares gritavam por justiça.
O primeiro a ser ouvido foi o delegado responsável pelo caso, Marcelo Vianna. Segundo a autoridade policial, seu depoimento durou um pouco mais de meia hora e ele foi questionado tanto pelo Ministério Público, quanto pela defesa do acusado, e pelo juiz. “Basicamente ele me perguntou como foi o andamento das investigações”, resumiu Vianna. Como o processo está em segredo de justiça, o conteúdo dos depoimentos não foram relevados. Em seguida, foi ouvido o agente policial de Morro da Fumaça, Carlos Eduardo Silveira.
Logo após foram ouvidas as testemunhas pelo lado de Caroline. O avô, Eugênio Ghizoni, e a mãe da jovem, Joanilda Ghizoni, que saiu bastante abalada após o depoimento. Recuperada da emoção, ela conversou com jornalistas em frente ao fórum. “Perguntaram-me o que aconteceu no dia”, afirmou. A favor do réu, foram ouvidas duas testemunhas, irmãs do acusado. Por fim, ele foi ouvido por cerca de uma hora. Na saída do acusado do Fórum foram registrados novos protestos clamando por justiça.
Segundo MP, o réu também cometeu estupro
Conforme a promotora de justiça, Claudine Vidal de Negreiros da Silva, além do latrocínio, já que o réu roubou um aparelho celular, houve também o crime de estupro, como foi apresentado na denúncia. “Essa é a tese que a gente vai sustentar até o final do processo. A audiência só reforçou o posicionamento do Ministério Público”, afirmou Claudine. Conforme a promotoria, o acusado afirma o latrocínio, porém, nega o crime sexual. “Tem prova técnica nesse sentido”, reafirmou a promotora, em relação ao crime de estupro.
Sentença deve sair em até dois meses
O juiz substituto, Marciano Donato, que mediou a audiência, afirmou aos jornalistas que devem ser ouvidos ainda duas testemunhas por parte do acusado. Uma delas, ainda nesta semana, em Criciúma. Ainda há outra, que reside em Araranguá, que não foi localizada, mas ela ainda pode ser ouvida, caso o advogado do réu ache necessário. “Se não houver mais nenhuma diligência de todas as partes do processo, o caso vai para as alegações finais e o juiz tem dez dias para sentenciar. Se tudo ocorrer dentro da normalidade, de um a dois meses para sair a sentença”, afirmou o magistrado. O crime de latrocínio não prevê júri popular. Se o réu for condenado pelo crime de latrocínio, ele poderá pegar, pelo menos, 20 anos de reclusão. Já pelo crime de estupro, a pena mínima é de oito anos.
Com informações do site Clicatribuna
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