Aproximamo-nos de mais um final de ano e com ele festas, presentes, reencontros, emoções, lembranças, sonhos… Movidas pelo desejo de ser e fazer feliz o próximo, as pessoas revestem-se de encantamento, esquecem os dissabores para comemorar o nascimento daquele que é nossa fortaleza, nossa certeza de que a vida é o maior presente que recebemos, devendo ser respeitada e vivida com intensidade. As festas natalinas e a chegada de um novo ano levam- -nos a refletir sobre fatos relevantes que vivenciamos nas mais variadas áreas de nossas vidas: familiar, afetiva, profissional, espiritual, enfim nossa existência na sociedade como um todo.
Fazer a retrospectiva de um ano que se encerra é como mexer num baú para uma faxina: descartar o inútil e reaproveitar as pérolas que nos fizeram dignos de habitar o Planeta. E, ao relembrar fatos bons e ruins que nos acompanharam em diferentes momentos devemos corrigir as falhas, enaltecendo o que nos fez bem e agregou vantagens para uma melhor qualidade de vida. É refletir sobre o que fizemos para tornar o mundo um pouco melhor, porque viver o coletivo é talvez a tarefa mais difícil para o “ser humano”, pois significa prestar contas para nossa consciência, sem dúvida, a mais difícil, porém inevitável. É preciso que todos, indistintamente, percebam suas vidas como instrumento construtor da sociedade, dando sua parcela de contribuição para a felicidade da humanidade, independente de cor, credo, raça, situação econômica, grau de instrução, posição social.
Mas, será que o Homem de nossos tempos tem consciência do papel que a vida lhe impõe? O que dizer de tudo que vem acontecendo no mundo em consequência das atitudes do ser humano? As guerras, com ou sem armas, tomam dimensões apavorantes; a violência nos assusta; as doenças se proliferam; a natureza chora; a educação sucateada; a saúde agoniza; somos reféns do egoísmo humano; temos de sobreviver às ganâncias dos poderosos; o “ter” se sobrepõe ao “ser”; valores morais e éticos são banidos da sociedade; a corrupção, roubo, mentiras, impunidade fazem parte da rotina; famílias desagregadas; sonhos sendo roubados; a incerteza permeando nossa existência.
2015 foi um ano bastante atípico para o Brasil, o país que tem tudo para ser o melhor do mundo, mas em função do caos que se instalou está indo ladeira abaixo, e com ele nossos sonhos, nossa esperança de um futuro melhor para as próximas gerações. Nossos políticos perderam a vergonha e a noção de responsabilidade com o progresso da nação. Começamos o ano com insegurança, querendo acreditar que tudo se acertaria com o passar do tempo, no entanto o que vemos hoje é algo que jamais imaginamos: a falta de responsabilidade para com o maior patrimônio de uma nação: o seu povo.
O ano termina sem que tenhamos uma expectativa de dias melhores, mas vamos celebrar o nosso Natal de forma digna, como bons, justos, honestos e trabalhadores que somos, unindo nossas preces ao Menino Deus para que em 2016 seja encontrado o caminho para a moralização do nosso Brasil, perdida há muito tempo!