No domingo, dia 15, a jovem Franciele Bruch, de 22 anos, postou em seu perfil no Facabook um vídeo em que “discutia” com um médico que atendia no pronto atendimento da cidade de São Ludgero. O vídeo foi feito quando ela procurou atendimento na unidade de saúde do munícipio em função de uma infecção urinária. Ao chegar, foi atendida pelas enfermeiras, que a encaminharam para a sala de espera enquanto informavam o médico do caso.
“Como eu estava com muita dor de ficar sentada, fui caminhando por dentro e me deparei com a porta aberta. Fiquei pensando se eu filmaria ou não. Resolvi acionar a câmera, pois achei um descaso ele não querer atender. Não é que ele não quis, mas, ele não veio quando as enfermeiras chamaram. Ai quando comecei a filmar ele ouviu o barulho do celular, se virou e fez o que fez”, conta a jovem.
No vídeo, a moça diz ao médico que precisava de atendimento enquanto ele estava ao celular:
– Dr. Eu precisava ser atendida.
– Só aguardar lá que vai ser atendida.
– É, eu estou aguardando, já faz bastante tempo.
-Não sei se… tu não está em horário de serviço?
-Acha que eu sou teu escravo?
-Não, não é meu escravo, mais você está aqui pra trabalhar não é?
– Tu está maluca? Acrescentou o médico.
O vídeo, postado no dia 15 de novembro, já alcançou mais de 19 mil visualizações na página em que Franciele postou o vídeo.
Ela fez a postagem logo após o ocorrido no pronto atendimento de São Ludgero e acrescentou um texto ao vídeo. Confira:
“A escravidão, é a pratica de exploração do trabalho forçado e sem remuneração. Segue abaixo um vídeo onde retrata a saúde não só da nossa cidade, mas uma realidade a nível federal, fui para uma consulta no Pronto Socorro de São Ludgero, com dor, e as enfermeiras de lá, avisaram educadamente que havia uma paciente esperando para ser atendida. Esperei por cerca de 25 min, (só havia eu). Resolvi ver o que estava acontecendo, e olha com o que eu me deparo. Com um ser humano, sem ética, sem compaixão pelo próximo, e ainda mal educado. Não quis mais o atendimento, pois foi revoltante o que tive que passar, me chamou de louca e disse que não era meu escravo. Espero que as autoridades do nosso município tomem as medidas cabíveis. Compartilhem pessoal, e se aconteceu com vocês também, comentem. Precisamos nos unir, para termos o mínimo de dignidade em momentos desconfortáveis e de dor”.
A postagem gerou grande repercussão e a reportagem buscou ouvir os lados do fato. Tentamos contato com o médico através da Secretaria de saúde, porém, ele informou que não se manifestaria nesta segunda-feira.
A Secretária de Saúde, Nilva Schilickmann Pickler, atendeu a imprensa e lamentou a forma como o médico falou com a paciente, afirmando não concordar com a atitude dele. Nilva ainda disse que acompanhou as reclamações com relação ao atendimento do médico por outras pessoas nos comentários do vídeo e garantiu que nunca chegou uma reclamação formal até ela. A secretária afirmou que está avaliando a situação e tomará as devidas providencias no caso, pontuando ainda que as câmeras de seguranças do local apontam que a paciente chegou na unidade às 11h09min e deixou o local às 11h20min.
Franciele avisou o médico de que colocaria o vídeo na internet e ele disse que levaria o caso para a polícia.
Ela disse que espera do médico uma retratação pública, se desculpando com ela e até mesmo com outras pessoas que alegam ter sido mal atendidas por ele.
Com informações do site Repórter Sul