A população idosa, ou pessoas com idade superior a 60 anos, representa 13% da população brasileira. Todavia o aumento populacional de idosos gera várias consequências. Entre elas, maior prevalência a doenças, maior frequência de internações, tratamentos longos de saúde, entre outros. Isso gera uma sobrecarga no sistema de saúde. Outro fator que não ajuda é que a maioria dos idosos não praticam atividades físicas.
Fabricio de Souza realizou esta pesquisa no mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Unisul campus Tubarão. “Efeito da atividade física nas condições de saúde, no uso de medicamentos e na qualidade de vida de idosos” foi apresentado pelo acadêmico nesta sexta-feira, dia 30 de outubro, no Salão Nobre da Universidade. A pesquisa foi orientada pelo doutor Daisson José Trevisol.
O objetivo do estudo foi verificar se há associação entre o nível de atividade física e uso de medicamentos, qualidade de vida e variáveis relacionadas à saúde. Diferente do exercício físico, a atividade física pode ser considerada qualquer movimento corporal que gera gasto energético acima dos níveis de repouso. Isso inclui desde tricotar até realizar alguma atividade doméstica, como passar uma vassoura pela casa, ou ir a pé até o mercado.
A amostra foi feita com mulheres idosas da Fundação Municipal de Desenvolvimento Social de Tubarão. No munícipio há um total de 12 mil idosos. Das 800 pessoas cadastradas, 306 fizeram parte da seleção. As principais características das candidatas são idade média de 71 anos, 90% caucasiana, 59% vive com companheiro, 74% estudou de 1 a 4 anos, 87% é aposentada ou pensionista, 80% nunca ingeriu álcool, 86% nunca fumou e 69% é sedentária.
A avaliação revelou que as mulheres ativas são mais jovens, consomem menos medicamentos, apresentam melhor qualidade de vida e menor índice de depressão. Os dados são chocantes: 98% usam medicamento. Dessas que utilizam remédios, 43,8% é polimedicação, quando se usa mais de cinco tipos. “Isso revela que a maior expectativa de vida não significa qualidade de vida. Temos que tomar cuidado para que se atinjam ambos”, disse Fabricio. O estudo também revelou que quanto mais velhas, menor era o índice de atividades. Enquanto na faixa etária de 60 a 69 anos 52% realizam atividades, apenas 7% das que tem mais de 80 anos praticam.
“Tem que ser verificado se está faltando diagnóstico na questão de obesidade também. Apesar de apenas 21% ter sido diagnosticada com excesso de peso, 99% delas estavam com IMC acima do normal”, explica o mestrando. Mesmo assim 73% possuem boa qualidade de vida e 89% não são depressivas. “Sendo assim é possível destacar a importância do desenvolvimento de estratégias que incentivam a práticas de atividades físicas na população idosa”, afirma Fabricio. A banca foi composta pelo professor Daisson, o doutor Luciano Acordi da Silva como avaliador externo e a doutora Fabiana Schuelter Trevisol como avaliadora interna.