No Centro Histórico de Laguna, que tem 600 edificações tombadas, cada escavação da obra de saneamento básico descobre histórias e objetos. Uma âncora de navio, ainda com correntes, foi encontrada onde era o antigo cais. Garrafas de vinho, pedaços de cerâmica, cacos de xícara e pires também. O trabalho vem sendo acompanhado por técnicos e arqueólogos.
Nesta semana, valas estão sendo abertas na avenida Colombo Machado Salles, nas margens da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, e novas descobertas podem surgir. O arqueólogo Alexandro Demathe lembra que a margem da lagoa era mais para dentro da cidade, os barcos que traziam e levavam mercadorias do porto de Laguna e pertenciam ao cotidiano da colônia de Laguna.
Das janelas dos barcos, entre um desembarque e outro, eles se desfaziam dos objetos quebrados ou garrafas de vinho vazias. Até mesmo a população local utilizava a lagoa para descarte, o que os pesquisadores denominam de sítio depositário. Nessa região também passava a antiga ferrovia para o embarque de carvão.
A ancora encontrada é uma almirantada, muito usada por marinheiros no século 17 até o 20. Toda de ferro, com mais de dois metros de altura. Conforme o arqueólogo, será analisada em laboratório. A descoberta não irá prejudicar o andamento da obra.
Na rua Raulino Horn, uma das mais antigas da cidade, foram encontrados restos de alimentos, ossadas de animais e fragmentos de utensílios domésticos. Com cuidado redobrado, as máquinas e homens vão abrindo caminhos para a rede de tratamento de esgoto.
Com informações do Jornal Diário do Sul