Enquanto Estado é escolhido pela sexta vez consecutiva o melhor destino turístico do País, falta de infraestrutura impede o desenvolvimento da região Sul catarinense
Reportagem publicada pelo Jornal da Manhã, na edição desta quarta-feira (31), aborda as deficiências da região Sul, quanto a exploração das potencialidades turísticas. Conforme a matéria, culturas étnicas, belezas naturais, gastronomia, festas religiosas, praias, enfim… Todos os potenciais da região Sul catarinense que ajudaram a colocar Santa Catarina no topo da lista dos melhores estados brasileiros para destino turístico pelo sexto ano consecutivo, segundo resultado da premiação “O Melhor de Viagem 2012/2013” ainda não despertaram. Pelo menos é isso que garantem profissionais e administradores públicos do setor de turismo da região, referindo-se à atual falta de exploração das riquezas regionais.
“O turismo no Sul esteve, por décadas adormecido”, justifica o diretor de turismo da Fundação Cultural de Criciúma, Ismail Ahmad, que também é conselheiro da sociedade civil sem fins lucrativos “Encantos do Sul”, órgão filiado ao departamento turístico do Governo do Estado, a Santa Catarina Turismo S/A (Santur). “Só nos últimos anos a região começou a pensar seriamente no setor”, complementa. Ele pontua os principais potenciais que estão passando por um bom momento, como a hotelaria intermunicipal, o Vale da Uva Goethe, em Urussanga, o Parque das Nações e a Mina de visitação Octávio Fontana, em Criciúma, a Gôndola e as festas em Nova Veneza e o Eco Turismo em Forquilhinha.
Para o presidente da Santur, Valdir Walendowsky, a região Sul é um composto importante para Santa Catarina, mas deve se unir para se fortificar. “Temos municípios pontuais que sempre estão entre as promoções do Estado, mas falta o Sul se fortalecer como um corpo”, aponta o presidente.
Setor sofre com falta de marketing
Entre duplicações da BR-101, SC-444, pavimentações de rodovias, Via Rápida e outras condições de infraestrutura para os municípios da região, há dificuldades principalmente na comunicação do turismo, segundo o coordenador do curso técnico de Guia de Turismo Nacional da Satc, Ari Azambuja de Oliveira.
“Este é um nicho que não estourou, ainda está adormecido”, comenta. Para ele, municípios como Lauro Müller e Treviso, por exemplo, são riquíssimos em turismo, mas há deficiência em estruturação de marketing e de venda do setor como um produto. “Nova Veneza tem se fortalecido. Isso porque o município formalizou o turismo e soube vender”, exemplifica o profissional.
Rota Intermunicipal
Segundo Ismail, as ações para o desenvolvimento turístico da região tem sido de forma esporádica, com poucas pessoas realmente comprometidas. Concorda com ele a secretária municipal de Turismo de Nova Veneza, Susan Brogni, quando diz que “nenhuma cidade se desenvolve turisticamente sozinha”. Eles apostam em um trabalho conjunto entre os municípios para a realização de uma rota intermunicipal de turismo.
Embasados na rota turística implantada em Gramado, no Rio Grande do Sul, as autoridades da região estão se reunindo para viabilizar um roteiro supervisionado de visitas turísticas pelos municípios de Criciúma, Forquilhinha, Nova Veneza, Treviso, Urussanga e Içara.
O projeto está sendo confiado há instituição de ensino Satc, por ser uma entidade apolítica. “Escolhemos a Satc para que o projeto não se perca nem se desvirtue com as trocas de governos municipais, que sofrem com interesses partidários distintos”, explica Susan.