Desde 2008 a Unisul TV mantém um canal no YouTube, site de armazenamento e compartilhamento de vídeos. Nele são publicadas as reportagens produzidas para os telejornais da emissora. Este canal (www.youtube.com/UnisulTV) já tem mais de 17, 2 mil vídeos com mais de 5,3 milhões de visualizações. A emissora de TV, sediada em Tubarão-SC, é uma das maiores publicadoras de conteúdo para o YouTube.
O que no início era uma solução para o armazenamento dos vídeos acabou se tornando tema para a pesquisa do mestrado do professor Rafael Matos. A dissertação ‘A Convergência do Jornalismo de TV com o YouTube: Unisul TV’, foi apresentada e aprovada no curso de Mestrado em Comunicação, Jornalismo e Ciências da Informação, da Universidad Europea Miguel de Cervantes, no mês de junho de 2015.
“Primeiro, o YouTube surgiu como uma alternativa para dar velocidade à publicação das reportagens, sem usar os servidores da universidade, mas com o tempo o canal passou a ser referência para as pessoas que não podem assistir à programação da Unisul TV na televisão”, conta Matos, que também ajudou a criar o canal da Unisul TV, no YouTube.
No estudo apresentado, a proposta do professor e jornalista foi realizar uma pesquisa experimental sobre os métodos de produção da equipe de jornalistas que integram a redação da Unisul TV. “Hoje os vídeos são publicados no YouTube somente após a exibição na televisão. Neste estudo, o processo mudou e durante uma semana as reportagens foram publicadas no momento em que eram finalizadas e revisadas pelo editor-chefe, sem ter que esperar pelo horário do telejornal”, explica Matos.
O resultado do trabalho apontou que uma mudança nos processos de produção da notícia pode potencializar tudo aquilo que faz parte da cobertura diária da Unisul TV. “Num primeiro momento todos pensam que isso pode tirar audiência da televisão, mas confirmamos que a convergência de mídias pode dar ainda mais visibilidade para os conteúdos que são produzidos”, completa.
Matos também se refere a um dos autores citados na dissertação, Manuel Castells, para lembrar que no passado, os jornais impressos eram uma das principais fontes de informação, mas que hoje se tornaram obsoletos diante da agilidade do jornalismo on-line. “A televisão, por mais que ainda seja uma grande referência, não pode ignorar o crescimento vertiginoso da internet. Os mais jovens continuam consumindo informação, mas por outros meios. Então, por que não distribuir a notícias pelo YouTube, por exemplo, sem a necessidade de ter de esperar pelo jornal das oito da noite? Ou ainda publicar um teaser na internet para chamar a audiência para a televisão, ou conteúdos que ficaram de fora da edição final.”
O mestrado foi realizado por meio de parceria com a Fundação Universitária Iberoamericana (Funiber) com a Universidad Europea Miguel de Cervantes, da Espanha. O professor e jornalista Rafael Matos recebeu bolsa parcial da Funiber.
Colaboração: Cilene Macedo