Segurança

Como Silvana desapareceu?

Ex-marido Gilson Botega Calegari (Foto: Notisul)

Ex-marido Gilson Botega Calegari (Foto: Notisul)

A morte de Carol Seidler Calegari, 7 anos, completa hoje seis meses, período em que Silvana Seidler, 48 anos, indiciada pelo assassinato da filha, está desaparecida. O último lugar em que a mãe da menina esteve antes de ser considerada fugitiva foi na Delegacia da Criança, do Adolescente, e de Proteção à Mulher e ao Idoso (Dpcapmi), em Tubarão. 

No dia 22 de dezembro de 2013, por volta das 21h40min, o pai de Carol, Gilson Botega Calegari e Silvana registraram um boletim de ocorrência na delegacia para comunicar o suposto desaparecimento da filha. 

“Eu estava tão desesperado com o sumiço de minha filha que não me recordo de horários. Lembro que a Silvana me ligou da delegacia. Ela estava acompanhada do irmão para registrar o desaparecimento e precisava que eu estivesse junto com eles. Eu procurava Carol por todos os lugares que me passava pela cabeça, mas fui direto para lá”, lembra Gilson.

Ao relatar o fato a duas policiais civis, o pai informava os detalhes físicos da menina e recorda que mãe mal falava e constantemente pedia para ir para casa. “Por duas vezes ela me pediu a chave do carro. Cheguei a tirar do bolso, mas o irmão de Silvana me impediu, dizendo que ela parecia não estar bem para dirigir. Acho que foi neste tempo em que uma policial suspeitou da atitude de Silvana e passou a conversar mais com ela, para ver se conseguia descobrir alguma informação do paradeiro de Carol”, recorda Gilson.

Saídas

Gilson lembra que enquanto contava os detalhes da rotina da filha, chegou à delegacia a informação de que havia uma menina perdida próximo da antiga rodoviária. “Enquanto eu conversava com as policiais e aguardava notícias da suposta menina, na esperança que fosse a minha pequena, Silvana aproveitou nossa distração e saiu da delegacia pela primeira vez”, lembra o pai. Minutos depois chegou à confirmação de que a criança perdida no centro da cidade, não era Carol.   “Não membro quanto tempo se passou, mas recordo que Silvana voltou à delegacia em uma viatura da Polícia Militar. Ela entrou na recepção – parecia aflita, impaciente e querendo ir para casa. Acho que ela esteve antes de retornar com um amigo, que supostamente a teria entregue aos policiais”, explica Gilson.

O crime

Após as desconfianças do comportamento e da saída da mãe, alguns policiais foram para a residência de Silvana a procura da menina. Carol Seidler Calegari, de 7 anos, foi encontrada morta por volta das 23 horas, dentro de uma caixa de papelão coberta com várias roupas, com sinal de esganadura por asfixia, em um cômodo fechado onde morava com a mãe. No lugar não dormia ninguém e havia muitos objetos e roupas espalhados pelo chão. Antes de chamar o Instituto Médico Legal (IML), um dos policiais civis acionou o Serviço Móvel de Urgência (Samu) para verificar se a menina poderia estar viva.

O último contato

Uma das últimas pessoas a falar com Silvana, em Tubarão, foi um homem, 37 anos, que admitiu ter estado pessoalmente com a acusada no dia do crime. O Notisul conseguiu o contato dele, que preferiu não ser identificado por temer retaliações. “Na última vez que eu a vi não entedia nada do que estava acontecendo. Mas eu tinha certeza de que algo muito grave havia ocorrido. De repente ela falou: ‘me esconde, me esconde. Eu vou dar um fim nisto hoje, me esconde’”, relata o conhecido. Em seguida, sem que Silvana percebesse, ele avisou uma guarnição da Polícia Militar.

Inquérito

Silvana Seidler é indiciada pelos crimes de homicídio qualificado (crime hediondo) praticado mediante asfixia por esganadura, meio cruel e ocultação de cadáver. Somados ainda ao agravante de ser um crime praticado contra descendente e com aumento da penalidade para um terço pelo fato da vítima ser menor de 14 anos.

Com informações do jornal Notisul