Um vídeo gravado pela moradora de Tubarão Fátima Lemos Andrade chamou a atenção de várias pessoas na quarta-feira, depois de ser publicado nas redes sociais pelo filho de Fátima, Rafael. Nele, ela apela para que a Secretaria Estadual de Saúde forneça o remédio que seu marido precisa e que ganhou o direito na Justiça de receber.
José Carlos Andrade tem câncer, que foi descoberto em um de seus rins em 2014, mas se espalhou por vários outros órgãos. Com a doença instalada também nos ossos, José sofre com muitas dores e cada dia mais dificuldades para se locomover, se alimentar, tomar banho e executar outras tarefas do dia a dia.
Com 74 anos e com o câncer já muito desenvolvido, os médicos descartaram a quimioterapia como tratamento, já que as chances de José resistir ao tratamento seriam reduzidas em função de sua debilidade física.
Foi então que os médicos optaram pelo uso do Pazopanibe, medicação que, conforme Fátima, pode ajudar na redução dos tumores do marido e dar a ele uma melhor qualidade de vida. “Nós sabemos que não há cura, mas o remédio não vai deixar aumentar os tumores e pode até reduzir, fazendo com que ele tenha menos dores e se sinta melhor”, destaca.
Fátima diz que a quantidade que o marido necessita tomar da medicação teria um custo de R$ 18 mil mensais, valor que a família não tem condições de arcar. “Foi em novembro que começou a minha luta para conseguir essa medicação. Primeiro tentamos com a prefeitura, que ficou de nos conseguir uma caixa, mas depois disse que não tinha e nos orientou a pedir judicialmente para o Estado. Fizemos isso e conseguimos o direito judicial do tratamento em 4 de maio, mas até agora não recebemos nada”, lamenta Fátima.
Em seus contatos diários com a Gerência Regional de Saúde, ela recebeu a informação de que o nome do marido ainda estava como liberado para receber a medicação. Na quarta-feira, a regional afirmou que o nome tinha entrado no sistema, mas que o Estado não tinha a medicação e teria que fazer a aquisição.
“Vendo o sofrimento do meu marido, não aguento mais. Se passar muito tempo a medicação não vai mais fazer efeito. Ele corre risco de morte. Se ganhamos o direito na Justiça, por que demorar tanto?”, questiona.
Liberação
Em contato com a farmacêutica responsável da Gerência Regional de Saúde, Luciana de Mattos Galafassi, a Redação do DS recebeu a informação de que a medicação será entregue a José Carlos na semana que vem. “Quando alguém ganha um processo judicial, o Estado precisa ser intimado. Nesse caso, a demora foi da Justiça, pois o nome do paciente só entrou no cadastro no último dia 16”, afirma Luciana. Segundo ela, a Secretaria Estadual de Saúde é que faz a compra das medicações. “Não havia essa medicação em estoque, mas recebemos hoje a informação de que houve uma devolução, então, já está sendo providenciado para buscar essa medicação para o paciente. Ele vai receber mensalmente as quantidades que precisa para seu tratamento, conforme a orientação médica”, garante Luciana.
Com informações do jornal Diário do Sul