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Cavalgada relembra história de Tubarão

Foto: Amanda Menger/Decom/PMT

Foto: Amanda Menger/Decom/PMT

O escambo de produtos vindos da Serra e do Litoral foi a origem de Tubarão. Há 10 anos, durante as comemorações pelo aniversário do município, um grupo de cavaleiros refaz o caminho que os tropeiros percorreram a partir do século 18, desbravando o Picadão da Serra, ligando Lages a Laguna.

Neste ano, o percurso foi diferente. Isso porque o grupo precisou alterar a rota e utilizar um caminho alternativo para descer a Serra. A alteração do itinerário foi decorrência das obras de pavimentação da Serra do Rio do Corvo Branco, o que impossibilitou os cavaleiros de seguirem pelo trajeto tradicional.

Há oito dias, um grupo de 50 cavaleiros saiu de Bom Jardim, no entanto, apenas 20 conseguiram concluir o percurso. “Como não foi possível descer pela Serra do Corvo Branco descemos pela Serra do Imaruí, indo de Bom Jardim a Orleans. É um caminho muito mais íngreme, com muitas pedras, estreito e devido à chuva, com pequenos rios e valas. Vários cavalos se machucaram e os cavaleiros decidiram interromper a viagem. Em alguns momentos foi necessário soltar os cavalos, deixá-los ir à frente e nós seguíamos atrás, a pé”, conta um dos organizadores da cavalgada Wilson Domingos da Silva, o Domingão.

Segundo Domingão, este trajeto pela Serra do Imaruí era conhecido pelos tropeiros, porém, não era muito utilizado. “Era mais usado por aqueles que tinham gado em propriedades próximas. Com a ligação da Serra ao Litoral pelo Picadão, esse passou a ser o caminho preferido, até por ser mais fácil de transitar. Esta com certeza foi a cavalgada mais difícil que já fizemos e foi muito triste ver os companheiros indo embora pois os animais estavam cansados e feridos. O meu cavalo é um dos que caiu em uma vala e cortou um tendão. Vou deixá-lo solto no campo, mas não será mais possível fazer novas cavalgadas com ele”, relata Domingão.

Em Tubarão, o grupo chegou sexta-feira (29) e acampou no CTG da Guarda. No sábado pela manhã, seguiram em desfile da Guarda até a sede do Clube Náutico, no Campestre. No clube foi realizada a troca simbólica dos produtos, tal como era feito desde o século 18. Da Serra veio o pinhão, de Laguna, com alguns barqueiros, veio o peixe, sal e farinha, produtos típicos das cidades do entorno de Tubarão. Participaram da troca simbólica o prefeito de Tubarão Olavio Falchetti e a vice-prefeita de Laguna Ivete Scopel.

Colaboração: Amanda Menger/Decom/PMT