Estima-se que cerca de sete mil veículos utilizem o combustível na região, muitos deles irregulares
A Polícia Civil, por meio da delegacia regional, Ciretran e Polícia Militar prometem intensificar as blitze com o objetivo de fiscalizar os veículos movidos a GNV que circulam ilegalmente. Estima-se que cerca de sete mil veículos utilizem o combustível na região, muitos deles irregulares, com a inspeção anual vencida, e quase dois mil clandestinos, com a utilização de kits sem procedência legal.
“Estamos cientes do problema e fiscalizamos desde o ano passado. Só em agosto, foram apreendidos mais de 30 veículos irregulares em Tubarão, uns 70% deles clandestinos”, relata o supervisor da Ciretran de Tubarão, Alexsandro da Silva.
O Detran/SC tem registrados aproximadamente 95 mil veículos movidos a GNV, mas as estatísticas apontam que outros 40 mil clandestinos abasteçam livremente nos postos que oferecem o combustível. Um dos motivos para esta frequência é a fiscalização ineficiente e a penalização branda demais.
Uma alternativa apontada como solução pela Associação Catarinense dos Organismos de Inspeção é pedir os proprietários de postos de combustíveis sobre a necessidade de pedir a apresentação do selo GNV do Inmetro durante o abastecimento. Porém, isso só pode ser feito em caráter de orientação, com o frentista alertando o motorista sobre o perigo do kit GNV estar sem manutenção ou ser clandestino.
SCGás e postos não têm autonomia
Em ofício entregue ao Conselho Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade de Tubarão (Comtrantub), a Associação Catarinense dos Organismos de Inspeção sugere que a SCGás proíba o abastecimento da frota clandestina e irregular movida a GNV. A SCGás é a empresa responsável pela distribuição de gás natural em todo o estado.
Entretanto, a companhia não tem autonomia para fazer exigências, alerta Ronaldo Macelo Lopes, gestor do mercado automotivo de GNV em Santa Catarina. “A SCGás prima pela segurança e tem contrato com os postos, mas não tem elementos legais para que essa imposição seja feita. Nem os postos têm autonomia para fiscalizar”, explica.
Ronaldo cita como aliada nesta questão uma iniciativa implantada este ano que visa minimizar falhas. Um treinamento inédito no país tem ‘rodado’ o estado para capacitar os frentistas que trabalham com GNV. “Recentemente, ocorreu na região sul do estado, em Criciúma, em 16 de agosto. Apenas um posto de Tubarão não enviou representantes. É um trabalho contínuo, um ciclo que começa e não tem fim”, lembra o gestor da SCGás.
Notisul