Os professores da rede pública estadual decidiram ontem em assembleia, em Biguaçu, na Grande Florianópolis, que continuarão com a paralisação iniciada no dia 24 de março. Aproximadamente três mil grevistas participaram do encontro e 90% optaram pela permanência da greve. Na última terça-feira, os representantes do governo enviaram uma proposta para os docentes, entretanto não correspondeu aos anseios da categoria.
São 73 professores da região de Tubarão em greve. Em Braço do Norte, o número chega a 70 e, em Laguna, 235. O gerente regional de educação em Braço do Norte, Ademar Rohling, afirma que a situação é angustiante. “Ficamos ainda mais preocupados. O problema maior é com os alunos do ensino médio, em especial do terceirão, que precisam prestar vestibular e o Enem. Temos que analisar o que faremos daqui para a frente”, relata o gerente.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública (Sinte), em Laguna, Rudmar Corrêa, salienta que a proposta do governo não garante benefícios à categoria. “Os motivos que nos levaram à greve não são aqueles que o governo apresentou uma proposta. Vamos continuar com o movimento e seguir em busca daqueles que ainda não aderiram”, expõe.
A coordenadora do Sinte em Tubarão, Tânia Fogaça, esclarece que se aceitassem a proposta do governo, os grevistas retornariam ao trabalho da mesma forma, sem ganhos e derrotados. A greve completa hoje 52 dias. Cerca de 100 professores continuam acampados na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Eles ocuparam o local no último dia 28 e permanecem como forma de protesto.
Parecer do governo
Os representantes da secretaria de estado da educação lamentaram a continuidade da greve. Para o órgão, somente 10% dos professores estão parados. “Nesta semana, o governo do estado atendeu diversas demandas do sindicato na expectativa de que esse gesto de boa vontade garantiria o retorno às atividades para o bem dos estudantes catarinenses”, afirmam.
Hoje, poderá ocorrer uma reunião entre os representates da secretaria da educação e a Comissão de Negociação do Estado (Coner) para definir as próximas ações que serão tomadas para minimizar os prejuízos aos estudantes.
Reivindicações
• Realização imediata de concurso público;
• Descompactação da tabela;
• Melhores condições de trabalho;
• Estabelecimento de um calendário para o prosseguimento das negociações.
Grevistas fecham rodovia
Os docentes em paralisação bloquearam a BR-101 no quilômetro 193, em Biguaçu, às 18h05min de ontem. O fechamento foi realizado em frente ao Centro de Eventos Petry. A mobilização durou cerca de 20 minutos. Além de bloquear a rodovia federal, os grevistas queimaram um boneco durante o ato que, conforme eles, representava o secretário de estado da educação, Eduardo Deschamps.
Última paralisação
A última greve dos professores da rede estadual ocorreu em 2011 e os docentes paralisaram as atividades por 62 dias. Foi a maior greve da categoria já registrada em Santa Catarina. Existem possibilidades de que esta situação se repita neste ano.
Com informações do jornal Notisul