A greve dos professores ainda deve continuar por um bom tempo em Santa Catarina. A proposta que o Estado ofereceu na última quinta-feira não agradou os responsáveis do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte). Hoje ainda vai ocorrer uma assembleia regional, às 14h, no Salão de Festa da Igreja no Bairro São Cristóvão e na quarta-feira acontecerá mais um encontro estadual, que deverá selar pela continuação da paralisação.
“Como a gente vai aceitar uma negociação, se não vamos ganhar nada em cima disso. Só se acontecer algum muito, mas muito diferente mesmo, se não, te garanto, a greve continua”, desabafa a coordenadora regional do Sinte, Cintia dos Santos. Ela e mais um grupo de 20 pessoas estiveram reunidos sábado no Parque das Nações para mostrar a indignação com o atual Governo do Estado. Apesar da baixa demanda, Cintia garante que a adesão continua em 70%. “Temos que cobrar pelos nossos direitos, não podemos ficar de mãos atadas, estamos cansado disto”, reclama.
O estudante do Centro de Educação Profissional Abílio Paulo (Cedup), Eric Gonçalves, entrou na “briga” junto com os professores, sendo ele um dos organizadores deste protesto em Criciúma. “Não tem estrutura, não tem nada favorável para os professores. Aí querem tirar o que é de direito mínimo deles, não vamos deixar”, garante.
Rumo ao estado vizinho
Amanhã, inclusive, uma caravana vai sair do Estado para ir até o Paraná se solidarizar com os professores feridos no protesto e combate contra a polícia daquele estado. “Os nossos irmãos precisam da nossa ajuda, o governo acha que é assim, paga qualquer coisa e pronto. Está na lei gente, precisamos ganhar o que é de direito”, coloca Cintia.
O que o Sinte pede
A instituição de uma mesa de negociação que não ultrapasse 30 dias, período em que nenhum Projeto de Lei deverá ser levado à Assembleia Legislativa; a anistia de todas as faltas de 2012 a 2015; a revogação do decreto 3593/2010 – incremento salarial mediante capacitação profissional. Conforme o Sinte, as progressões foram prejudicadas com o decreto. As faltas, mesmo com reposição de aula, acabam sendo descontadas. Assim, os professores demoram mais para progredir na carreira; por fim, o pagamento do reajuste de 13,01% na carreira, retroativo a janeiro de 2015.
O que o Estado propõe
A criação de uma mesa de negociações com o Sinte para tratar do Plano de Carreira, antes de qualquer proposta seja encaminhada para a Assembleia Legislativa, com prazo de resposta de 30 dias, na opção de prorrogar por mais 30. Com isso, os outros três pontos em questão também entrariam nesta mesa de discussão.
O que o Sinte analisa
De acordo com os integrantes do Sinte, esta proposta é a mesma de 2011, na época foi aceito, porém o Estado não cumpriu, nem se comprometeu a ajudar. Por isso, pela análise dos fatos, a greve ainda deve continuar por um bom tempo em Santa Catarina.
Com informações do Portal Clicatribuna