Deinfra proibiu o tráfego dos veículos no trecho da rodovia SC-438, entre São Ludgero e Lauro Müller, no Sul do Estado.
A Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, presidida pelo deputado Valmir Comin (PP), realizou na manhã desta quarta-feira (29) uma audiência pública no Palácio Barriga Verde para discutir a trafegabilidade de bitrens nas rodovias estaduais. Participaram do encontro o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Paulo França, e os presidentes do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller, e da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes.
Na ocasião, o presidente do Deinfra apresentou um estudo de impacto dos bitrens nas rodovias estaduais. Meller informou que dos cerca de 7 mil quilômetros de estradas catarinenses, 600 quilômetros já estão autorizados para o tráfego de bitrens. Ele fez questão de frisar que este tipo de veículo não causa nenhum mal às rodovias pelo peso que transporta, mas é preciso avaliar pontes, trevos, largura, acostamento, superelevação, entre outros aspectos. “Por isso, o Deinfra está analisando pontualmente caso a caso. Temos que andar no fio da navalha, administrando conflitos. Queremos regularizar porque há rodovias que não têm condições técnicas”, salientou.
Meller destacou ainda a preocupação de todos os Departamentos Estaduais de Infraestutura referente à tendência de crescimento do número de bitrens circulando no país. Atualmente, trafegam no Brasil aproximadamente 140 mil. “É uma questão nacional, não atinge somente Santa Catarina. Infelizmente o país não está preparado para atender a toda esta demanda”, disse.
Para não inviabilizar o tráfego deste tipo de veículo no Estado, o objetivo do Deinfra é criar alguns corredores de bitrens em determinadas regiões, fazendo a interligação de municípios com as BRs. “Não podemos prejudicar a economia catarinense, mas temos regras a cumprir. Não podemos liberar todas as rodovias, mas estamos tentando achar uma solução”, ressaltou Meller.
De acordo com o presidente da Fetrancesc, é necessário buscar resoluções para não penalizar a categoria e melhorar as rodovias estaduais que são inadequadas para o trânsito desses veículos. “O problema não é o bitrem, são as estradas, que não estão adaptadas ao tráfego de hoje. Não houve planejamento, é um problema que se arrasta há anos”, lembrou Lopes.
Como encaminhamento da audiência pública, os representantes do Deinfra e da Secretaria de Estado de Infraestrutura propuseram a criação de um grupo de trabalho para discutir com a Fetrancesc e a Assembleia a liberação do tráfego de bitrens nas rodovias. “O grupo de trabalho é fundamental para fazermos ajustes e chegarmos a um consenso”, ressaltou França. A Fetrancesc deve preparar até a próxima terça-feira, 6 de março, uma proposta de liberação das rodovias, formulada em etapas por ordem de urgência, para que os técnicos do Deinfra possam analisar cada caso.
Para o presidente da comissão e proponente da audiência pública, o debate foi oportuno. “É um tema extremamente importante para a economia de Santa Catarina. Esperamos contemporizar a situação, mas ressaltando sempre o equívoco dos sistemas modal e intermodal catarinense e nacional, pelo fato de estarmos discutindo assuntos que poderiam estar inseridos dentro de um planejamento, uma visão de médio e longo prazos, que são as ferrovias”, destacou Comin. Também participaram da audiência os deputados José Nei Ascari (PSD), Jean Kuhlmann (PSD), Mauro de Nadal (PMDB), Padre Pedro Baldissera (PT), Joares Ponticelli (PP), Luciane Carminatti (PT) e Nilson Gonçalves (PSDB).
Temas relacioanados, veja também:
Proibição de bitrens em rodovias estaduais pode provocar migração de empresas
Manifestação de Lussa Librelato figura nos bastidores da notícia
[soliloquy id=”1219″]