O fato ocorreu há 44 anos e Maria da Graça conta que desde então não tem paz e pensa todos os dias na criança
Uma mãe nunca esquece um filho. Maria da Graça Fernandes, de Braço do Norte, teve o seu primeiro bebê (uma menina) em 1971, porém, desde o nascimento da criança ela carrega em seu peito uma grande angústia.
Maria conta que era solteira e que, naquela época, uma mulher que tivesse um filho e não fosse casada, era vista de maneira preconceituosa pela sociedade. E, por isso, de acordo com o site Notisul, foi obrigada por sua avó materna a doar a recém-nascida.
Ela explica que o parto ocorreu no Instituto Lar do Bebê, em Porto Alegre, uma casa de freiras. A braçonortense teve que sair da cidade com seis meses de gestação e ter a criança no estado vizinho.
“Mal consegui ver a minha filha. Fui obrigada a deixá-la na instituição para a adoção. Quando saímos de Braço do Norte minha avó falou para a minha mãe: 'Vou levá-la e essa criança ficará por lá'. Até agora, além do meu marido e meus dois filhos, ninguém sabia do ocorrido”, relata com emoção.
Maria se casou com o pai da criança um ano depois e teve mais dois bebês. Ela revela que não foi morar com o pai dos seus filhos antes porque ele era casado e tinha mais quatro filhos. Após a separação dele, os dois foram morar juntos com os descendentes da primeira união do homem.
O segredo ficou guardado durante anos, até que Julio Longuinho, o caçula, a convenceu de divulgar o caso nas redes sociais. “Choro todos os dias. Peço a Deus que nos abençoe e possa conhecer a minha filha. Se isso fosse hoje, nada disso teria ocorrido. Espero que seja logo. Estou com muita pressa, aflita e agoniada, mas com muita esperança e fé em Deus que a encontrarei”, desabafa.
Quando ocorreu o fato
Maria da Graça Fernandes tem 66 anos, é casada com o pai dos seus três filhos e mora em Braço do Norte. A filha que Maria teve que deixar no Instituto Lar do Bebê em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nasceu no dia 17 de fevereiro de 1971, às 9 horas.