Fato ocorreu no bairro Polícia Rodoviária, em Araranguá. Comunidade atacou a imprensa com pedras, durante cobertura
No início da noite de quarta-feira (4), foi morto o araranguaense M.O, 32 anos, com um tiro no peito, disparado por policiais militares. Após ser abordado no bairro Polícia Rodoviária, em Araranguá, na comunidade da antiga zona do meretrício, M.O. sacou um revólver e não obedeceu à ordem para soltar a arma no chão. Em seguida, apontou a arma em direção à Polícia Militar, que prontamente agiu, disparando contra ele.
Segundo o IGP, o revólver de Marcio estava sem munição, mas ele portava um projétil na mão, quatro projéteis no bolso e havia mais um embaixo do corpo.
O capitão Alberto Cichella, comandante da 1ª Companhia do 19º Batalhão da PM, defendeu a ação da polícia, afirmando que os policiais agiram da forma que foram treinados. "A guarnição foi precisa, e a abordagem foi perfeita. Não sabemos o porquê de Marcio ter apontado uma arma vazia para os policiais, sabendo que possivelmente seria contra-atacado", comentou.
"Marcio nasceu e se criou na chamada zona do meretrício. Desde a menoridade já cometia atos infracionais. Ele já não dizia coisa com coisa. Na última prisão, ele dizia que vendia sabão ao invés de crack. Infelizmente, eu acredito que, pela minha experiência policial, demorou muito para vir à assistência do Samu. Não vou ser leviano de dizer que a demora foi à causa da morte, mas que houve demora: houve", afirmou o delegado da Divisão de Investigação Crimina – DIC, da Polícia Civil, Jorge Giraldi.
Conforme o jornal Correio do Sul, dois inquéritos estão sendo instaurados: um civil e outro militar. No primeiro, a DIC investigará se a versão da PM realmente condiz com a verdade, considerando que testemunhas da própria comunidade contaram outras versões. "As testemunhas ouvidas ali dizem que Marcio teria levantado a camisa, mostrando que tinha arma, e iria se entregar. Então agora essas versões contraditórias vão ser apuradas no inquérito civil", exemplificou o delegado.
Imprensa apedrejada
O carro Renault Clio da jornalista Karin Mariana foi apedrejado por pessoas da comunidade, quando ela manobrava o carro para deixar o local. A jornalista está grávida de três meses e estava sozinha no veículo, no momento que uma pedra foi atirada no vidro traseiro do carro. Ela não se feriu, mas ficou em estado de choque emocional. A jornalista registrou um Boletim de Ocorrência.
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