A Direção do Hospital São José de Criciúma emitiu nesta quinta-feira (26), uma nota de esclarecimento à população sobre a dificuldade que vem enfrentando para manter os atendimentos eletivos. Confira o que diz a nota:
“O Hospital São José, vem a público manifestar a sua preocupação acerca da possibilidade de continuidade das atividades médico hospitalares, com base nas seguintes reflexões:
Quanto vale uma vida?
De início, chama a atenção que os agentes políticos, em todos os níveis, por ocasião do processo eleitoral, prometam e anunciam as soluções para todos os problemas da vida em sociedade, dando especial ênfase à Saúde.
No entanto, este setor enfrenta em Criciúma uma grave situação de risco, com a possibilidade de paralisação médico hospitalar, com base nos seguintes motivos:
a) Sub-financiamento do SUS;
b) Falta de pagamento pontual;
c) Excedente de Produção não contratada;
d) Inexistência de regulação de fluxos e contra-fluxos de responsabilidade;
e) Não reconhecimento dos avanços farmacológicos e técnicos no SUS;
f) Impossibilidade de planejamento para os investimentos necessários.
Os riscos inerentes a possibilidade de paralisação, por força do desequilíbrio econômico-financeiro do contrato, poderá implicar em:
a) Não atendimento de 14.597 pacientes/mês no Hospital;
b) Não atendimento de 7.252 pacientes/mês no Pronto Socorro;
c) Não atendimento de 1.292 internações/mês;
d) Não atendimento de 5.488 ambulatoriais/mês;
e) Não atendimento de 565 cirurgias/mês;
f) Não atendimento de 161 partos/mês;
g) Não atendimento de 30.270 exames laboratoriais/mês;
h) Não atendimento de 10.445 exames de diagnósticos e métodos gráficos/mês.
Neste contexto, a nova contratualização, com a função de reorganizar a prestação dos serviços, pretende equacionar problemas históricos e, amplamente, conhecidos pelos gestores da saúde, além de parcela da sociedade civil.
A fim de dar publicidade aos fatos, expõe que:
A proposta apresentada pelo Hospital foi pagamento pontual de toda a produção excedente acrescido de R$ 2.500.000,00, para atender as necessidades da população.
A proposta da Secretaria de Estado de Saúde – SES, foi o pagamento pontual de toda a produção excedente acrescido de R$ 400.000,00.
A proposta da Secretaria Municipal de Saúde – SMS, foi de retirada dos incentivos no valor de R$ 138.000,00;
Os valores pagos pelo SUS estão defasados, razão da complementação dos valores para custeio dos serviços.
O Hospital está aguardando o pagamento de R$ 14.030.891,19 relativo à atendimentos de dezembro/2013 a novembro/2014 sem que a SES ou SMS respondam por quem seja o responsável pelo pagamento.
O Hospital, neste momento, está sendo penalizado por ter atendido à população, sem receber pelo serviço.
O sucateamento do Sistema Hospitalar em todo o País por si só responde a necessidade de novas formas de financiamento.
A Direção do Hospital São José, preocupada com a qualidade do atendimento e a segurança no serviço manifesta o firme propósito de assegurar as condições dignas de atendimento à população.
Aguarda-se das autoridades públicas às respostas, uma vez que as propostas apresentadas não são suficientes ao custeio das atividades médico hospitalares”.
A Direção.