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Crianças esperam mais de cinco horas por atendimento no HMISC

Crianças só começaram a ser atendidas após a chegada da imprensa

Foto: Lucas Mendes

Foto: Lucas Mendes

A jornalista Talise Freitas, do jornal A Tribuna, acompanhou na tarde desta segunda-feira (20) o desespero e a indignação de alguns pais e mães que buscavam por atendimento no Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC), em Criciúma. A profissional descreve que o cenário, tanto na frente quanto no interior do hospital era de angústia ocasionada pela espera. Às 17h, aproximadamente dez crianças aguardavam atendimento na unidade hospitalar. A maioria delas com diarreia e febre e moradoras de diversos bairros da cidade.

O aposentado Inácio Gonzaga Pereira, de 51 anos, e a mulher, Terezinha Ferreira Pereira, estava desde as 13h30min no aguardo com a neta de seis anos. “Quando chegamos nem a impressora estava funcionando, até ofereci a minha de casa para agilizar o serviço. Isso é um absurdo. Não tem nenhum responsável para falar, só nos disseram que tinha três médicos. A minha neta está com febre e tem gente aqui desde as 9h, que só foi atendida com a chegada da imprensa”, relata o homem, morador do Bairro Cidade Mineira Nova.

Crianças atendidas com a chegada da imprensa

E a informação do aposentado se reforçou. Só foi a equipe do jornal A Tribuna chegar ao local que os pais com as crianças começaram a ser chamados. “Estávamos esperando horas, foi só vocês chegarem que eles começaram a chamar pelos nomes para atender”, acrescenta Pereira. Ele conta que quando chegou à unidade de atendimento hospitalar infantil, o local estava sujo e muito tempo depois que um funcionário começou a limpar.

“Um monte de gente aqui e eles ainda deixam o local imundo. O banheiro estava todo sujo”, descreve. A mulher dele se mostrou indignada com a situação. “Tem que morrer alguma criança para alguém tomar alguma providência. Isso é uma falta de respeito”, esbravejou. O vigilante Antônio César, 46 anos, morador do Bairro São Sebastião, estava na espera pelo atendimento do casal de gêmeos de um ano que apresentavam diarréia e vômito.

“Isso é uma falta de respeito com a população que está aqui por um direito. Pagamos impostos todo mês e não temos nem retorno em um atendimento básico de saúde”, lamentou o vigilante. “Estou aqui desde as 14 e só com a chegada da imprensa que fui chamada. Mais cedo tinha um menino que estava muito mal e ficou aguardando pelo socorro. Uma situação humilhante”, caracterizou Fátima de Oliveira, que estava com a neta Nicole de três meses apresentando sintomas de desidratação.

Na unidade, a equipe solicitou contato com algum responsável e foi informada por uma atendente para entrar em contato com o Hospital São José, que administra o HMISC. Foi entrado com alguns responsáveis da instituição, mas nenhum atendeu as ligações.