Política

Deputado Rodrigo Minotto denuncia fechamento de escolas rurais

Foto: Eduardo Guedes/Alesc

Foto: Eduardo Guedes/Alesc

O deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira (10) para denunciar o fechamento de escolas rurais. Citou o caso da Escola 30 de Outubro, em Lebon Régis, situada em um assentamento de reforma agrária que atende, preferencialmente, filhos dos pequenos agricultores rurais, e os alunos não conseguem acesso ao sistema adotado pela Secretaria de Educação para efetuar suas respectivas matrículas. "Num Estado como o nosso, rico pela sua produção agrícola, pela qualidade de vida, pela sua diversidade cultural, pela sua conformação de pequenas propriedades rurais é inaceitável a inexistência de uma política pública de educação e de ensino voltada para o campo", criticou.

A escola possuía até o ano passado 68 alunos, do ensino fundamental e médio. A mudança ocasionada pela enturmação faz com que estudantes tenham que percorrer até 10 quilômetros para poder estudar diariamente. "O Estado, ao invés de garantir – que este é o seu papel social – o acesso dos filhos dos trabalhadores a escola de boa qualidade, quer recriar o sistema de enturmação. Esta nova "velha" política vem na contramão da história, porque é excludente, é preconceituosa e, sobretudo, perversa para com os filhos dos trabalhadores rurais. É olhar pelo retrovisor", afirmou na tribuna.

De acordo com o Censo Escolas 2000 a 2011, Santa Catarina só perde na desativação de escolas rurais para os Estados de Rondônia, Goiás, Tocantins e Ceará. "Para onde vão estas crianças? Qual o impacto financeiro, social e cultural para sua família? Os conselhos municipais e o Conselho Estadual de Educação foram ouvidos?", questionou o deputado pedetista. "A situação exige explicações do Secretário de Estado da Educação e uma postura cidadã dos nobres colegas na defesa da reabertura da matrícula dos alunos da Escola 30 de Outubro, e um novo realinhamento para ampliar o debate sobre a "enturmação", pois ela acaba desqualificando o ensino e o trabalho do professor comprometendo a pedagogia e, sobretudo, contrariando princípios básicos de educação formal de qualidade como direito de todos", finalizou Rodrigo Minotto.
 
Colaboração: João Manoel Neto