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Física explica o que seria “objeto estranho” visto na Praia da Vila

O mais provável é que tenha ocorrido uma miragem da ilha Itacami

O estranho objeto avistado há uma semana em Imbituba, na Praia da Vila e em Laguna, no Mar Grosso, pode ser explicado pelas leis da Física. O mais provável é que tenha ocorrido uma miragem da ilha Itacami, localizada na divisa dos dois municípios.

Segundo o professor de Física e mestrando em Educação, Cléder Schulter, de Braço do Norte, a refração explica as imagens vistas nas duas praias. “A refração é o fenômeno onde um raio de luz muda de direção ao passar de um meio para o outro. Isso ocorre porque a luz apresenta velocidade diferente em diferentes meios. No caso da imagem formada no mar, o raio de luz não passou de um meio para outro, mas ali a refração pode ter sido causada devido à formação de “camadas” de ar de diferentes temperaturas, sendo que a temperatura do ar deve crescer com o aumento da altura em relação à superfície do mar”, explica Cléder.

As condições climáticas do dia teriam sido favoráveis à ocorrência da miragem, pois as temperaturas estavam baixas ao amanhecer e ao longo do período se elevaram, chegando próximo aos 30°C. “Cada camada de ar, com temperatura diferente, tem índice de refração diferente. A elevação de temperatura ocorrida pela manhã pode ter formado essas camadas de ar. Esse tipo de miragem é chamado de miragem superior, não é muito comum e ocorre em locais frios. Outro tipo de miragem, chamada miragem inferior, é bem mais comum, e é aquela que ocorre em dias muito quentes, quando vemos uma poça d’água no asfalto alguns metros à frente e que, quando chegamos mais próximo, percebemos que o asfalto está seco”, esclarece o professor.

No caso da miragem superior, o raio de luz sofre uma curvatura descendente provocada pela refração. “Isso faz com que a imagem seja vista acima da superfície. Ela (refração) também torna os objetos maiores e mais alongados. Talvez por isso a ilha tenha ficado mais visível e, aparentemente, mais próxima da praia”, afirma Cléder.

Diário do Sul