“É um absurdo acontecer e não podemos ficar omissos. Esse é um problema coletivo. O Cemitério Municipal de Orleans virou especulação imobiliária e não atende mais os interesses da população. É uma vergonha e compete a nós tomarmos uma posição”. Dessa forma, o vereador Mario Coan (PSDB) explanou sua revolta diante da atual situação do Cemitério Municipal durante o uso da tribuna, em sessão ordinária da Câmara de Vereadores, na noite de ontem, dia 15.
Ele narrou a história de um amigo que entrou em óbito na semana passada. Segundo o vereador, a família encontrou dificuldades para realizar o sepultamento. “Mais uma vez uma família orleanense teve dificuldade para enterrar, em 3m² de nosso cemitério, que era para ser municipal e do cidadão, um ente querido, que tanta terra capinou. Digo isso com muita indignação. É uma falta de vergonha vermos uma pessoa com seus 80 anos de idade ser desrespeitada e ter que ser sepultada em um túmulo emprestado por um amigo da família”.
Para Cristian Berger (PPS), é inadmissível que, neste momento difícil, a família tenha que esperar por uma liminar judicial durante a madrugada. “Essa situação já passou dos limites, providencias devem ser tomadas”, disse. Mario Coan completou dizendo que não se pode aceitar que agentes privados tenham contratos com o cemitério municipal para comercializar áreas de terras com a assinatura do prefeito, do secretário de administração e dos engenheiros de obras da prefeitura.
“Parece brincadeira também do próprio poder judiciário. Quem requerer um terreno cujo proprietário tenha mais de um título, tem que ter direito. Se as terras do cemitério são públicas e ninguém pode ter mais de um título, automaticamente, quem se fez de dono e construiu alguma coisa em cima, tem que perder essa propriedade. Ele deve ser cedido à família que está precisando. É um monte de ações judiciais, mas o que interessa é a simplicidade de devolver a propriedade das terras ao município de Orleans”, afirmou.
O vereador Osvaldo Cruzetta (PP) cobrou uma atitude por parte do prefeito municipal. “A pessoa compra um túmulo e a hora que morre não pode ser sepultada lá? Alguém é responsável por isso e quem é o responsável maior? É o prefeito. A decisão cabe a ele. O executivo está dando todos os caminhos. A idéia que se passa é que o serviço foi terceirizado e que essas pessoas estão mandando no município. Mas é um patrimônio público, é da sociedade, não privado”, destacou.
Uma posição por parte do prefeito também foi cobrada pelo vereador Clésio de Oliveira Sousa (PSD). “É uma vergonha o que tem acontecido com o Cemitério de Orleans. Eu falei muitas vezes que Orleans precisava de uma capela mortuária. A capela foi feita e foi gasto muito dinheiro, mas não se resolve. O prefeito tem que tomar uma decisão para solucionar este problema”, afirmou.
João Teza Francisco (PSD), o Dão, disse que a câmara pode tomar uma atitude quanto essa questão. “Eu acho que a câmara tenha um pouco de culpa. Nós temos mecanismos aqui para trancar projetos e fazer com que decidam a situação do cemitério. É vergonhoso para nós da Câmara de Vereadores, onde representamos quase o dobro dos votos que o prefeito teve e não fazermos nada para que eles resolvam o problema”, falou.
O presidente da Casa Legislativa, Cristian Berger, disse que soluções estão sendo tomadas. “A associação tem se reunido todas as terças-feiras e estamos tomando providencias para que seja resolvida a questão do Cemitério Municipal. Uma assembleia será realizada para direcionar ações contra essa situação vergonhosa”, explicou.
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