Nas próximas semanas, as mobílias, equipamentos contra incêndio e o ar-condicionado serão instalados no prédio do Memorial Tordesilhas, no centro histórico, que depois de pronto irá contar as histórias das grandes navegações.
As melhorias no espaço histórico vem sendo efetuadas pelo BNDES, com supervisão do Iphan e da Fundação Lagunense de Cultura.
Paralelo a etapa de finalização, estão sendo elaborados os projetos museológicos e museográficos. Segundo o presidente da Fundação Lagunense de Cultura, Leonardo Pascoal, os projetos devem ser entregues até março. Em seguida, acontece as licitações. Para estas etapas estão disponibilizados R$ 820 mil (elaboração dos projetos e compra dos equipamentos descritos nos projetos). A intenção da Fundação de Cultura é inaugurar o memorial a partir do segundo semestre de 2015.
As informações foram repassadas para a presidente nacional do Iphan, Jurema Machado, na tarde de quarta-feira, dia 11, durante a visita ao prédio. Foram apresentadas as instalações do memorial, suas funções e acervos que serão expostos na forma tradicional (física) e usando recursos de multimídia (projeções). Também integraram a comitiva de visitantes, Liliane Janine Nizzola, do Iphan de Santa Catarina; arquiteta do Iphan Florianópolis, Maria Regina Weissheimer; diretor nacional do Pas das Cidades Históricas, Robson Almeida e o arquiteto Dalmo Vieira Filho.
Acompanharam a apresentação da obra em fase final do Memorial Tordesilhas, o presidente Leonardo Fernandes Pascoal, assessor jurídico Norton de Araújo Mattos; assessor de projetos arquiteto, Wellington Linhares Martins da Fundação Lagunense de Cultura. Também a secretaria de Planejamento, Graziele Sitônio; arquitetos Vitor César Fagundes e Liriane Braumgratz.
Projetos
O projeto museológico construirá um diagnóstico para o museu, já o projeto museográfico será o responsável em definir o modo da exposição do material. O espaço histórico irá homenagear as grandes navegações, geografia mundial e os antigos tratados. O prédio, construído em 1904 para funcionar como uma usina elétrica está localizado às margens da lagoa Santo Antônio, próximo ao marco de Tordesilhas, já foi revitalizado pelos recursos do BNDES, numa primeira etapa.
No primeiro pavimento vai contar a história da Península Ibérica, região da Europa onde saíram as grandes navegações. No segundo espaço do museu, o visitante vai conhecer os progressos tecnológicos dos séculos passados e comparar com o atual.
Num terceiro local, a diplomacia e os tratados, principalmente, de Tordesilhas (que dividiu o Novo Mundo entre Portugal e Espanha, numa linha imaginária que acaba em Laguna) será apresentando ao público. A história do prédio também deverá ser conhecida, com material informativo.
Novo mundo
O Tratado de Tordesilhas, nome designado por ter sido assinado na povoação castelhana de Tordesilhas, foi assinado em 7 de Junho de 1494 pela Castela (parte da atual Espanha) e por Portugal, ele estabelecia limites dos territórios descobertos chamados "Novo Mundo" entre os dois países (as duas potências marítimas da época) durante a expansão marítima, através das navegações.
O acordo dividia o "novo mundo" em duas partes, as terras a leste pertenciam a Portugal e as terras ao oeste da linha pertenciam à Espanha. A linha imaginária passava por Laguna.
Antes mesmo da descoberta de novas terras, ou do chamado "Novo Mundo", Portugal e a Espanha acirraram uma disputa em 1492, com os conhecimentos do navegante genovês Cristóvão Colombo, do descobrimento da América, a serviço da coroa espanhola, a Espanha imaginava ter alcançado as Índias e queria garantir seu monopólio de sua exploração.
Já os portugueses desejavam manter e assegurar seu monopólio sobre as rotas marítimas no sul do Atlântico e também a posse das terras que já suspeitavam existir a oeste do oceano atlântico.