O governador reeleito, Raimundo Colombo (PSD), precisou de quatro anos de governo para chegar à simplória conclusão de que é preciso rever o papel das Secretarias Regionais (SDR´s), reduzir o poder político das mesmas, cortar 500 cargos comissionados, e executar fusões de órgãos públicos.
Foi preciso o desmonte da saúde estadual, o descompasso com os profissionais do magistério, o abandono das rodovias estaduais (entre elas a SC-390) e o aumento dos índices de criminalidade, para que o governador percebesse que algo não vai bem ao império e nos feudos descentralizados.
O anuncio da reforma administrativa, idealizada a partir do “Plano Estratégico de Gestão”, da consultoria Roland Berger, não surpreende de forma alguma o cidadão mais atento. Se Raimundo Colombo precisou de 4 anos para tomar consciência da inoperância, morosidade e imoralidade do atual modelo de gestão descentralizada, não foi por falta do profetismo da oposição, das produções científicas acadêmicas, das teorias modernas da administração pública e da crítica de líderes políticos que no passado as batizaram de “cabides de emprego”. Ele tinha razão!
Um determinado político, tempos atrás, deflagrou em alta voz que a maior oposição ao atual governado seria os seus sócios e sua herança (ou dívida) política. Em síntese a consultoria Roland Berger reafirma a lógica profetizada: além de reduzir o poder político das atuais secretarias regionais, o projeto prevê; contenções, cortes e readequações. As Secretarias Regionais serão transformadas em Agências de Desenvolvimento Regional. Um progresso significativo.
Mas não se engane! É urgente! E essa reengenharia de recuperação de capacidade do estado deve ser executada no atual governo, pelos herdeiros da dívida, para que os mentores das SDR´s possam voltar no futuro, imaculados e livres do pecado original.
A necessidade da reforma administrativa é urgente. Governo e aliados estão de acordo que o reino está em desordem. As sugestões da consultoria Roland Berger coincidentemente são as mesmas dos prefeitos, dos professores, dos profissionais da saúde, dos policiais e dos cidadãos comuns.
Agora é preciso explicar-nos: O que são Agências de Desenvolvimento Regional? Qual sua função? Quantas são necessárias? Disponibilizarão de orçamento próprio?
Não podemos esperar mais 4 anos.