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21 Anos do Catarina: Um Fenômeno Raríssimo no Sul do Brasil

Foto – Divulgação

Furacões são fenômenos climáticos extremos formados sobre águas oceânicas quentes e caracterizados por ventos muito fortes que ultrapassam os 119 km/h. Eles são comuns nos Estados Unidos e em outros países do hemisfério norte, onde as temperaturas das águas são elevadas e os ventos são favoráveis. Por outro lado, no sul do Oceano Atlântico, onde as águas são mais frias e não há uma zona de convergência propícia, esses eventos não ocorrem.

No entanto, devido a uma anomalia climática e atmosférica, um fenômeno desse tipo foi registrado no sul do Brasil em 2004, conhecido como Ciclone Catarina ou Furacão Catarina. Essa tempestade começou como um ciclone extratropical no dia 12 de março, com núcleo frio e praticamente estacionário.

Sete dias depois, em 19 de março, o ciclone começou a se mover na direção leste-sudeste, mas voltou a ficar novamente estacionário devido a uma crista de alta pressão. Então, ao entrar em uma zona com excelentes condições para intensificação, como temperaturas oceânicas entre 24°C e 26°C e baixo cisalhamento do vento, o sistema ganhou força.

Em 24 de março, foi classificado como ciclone subtropical e, no dia seguinte, 25 de março, evoluiu para ciclone tropical. No dia 26 de março, já sustentava ventos de 180 km/h, sendo equivalente a um furacão de categoria 2 na escala de Saffir-Simpson. Foi o primeiro e único até os dias atuais ciclone tropical registrado no Atlântico Sul.

Entre a madrugada de sexta-feira, 27 de março, e sábado, 28 de março, o furacão atingiu a costa catarinense na região do município de Passo de Torres. Como nunca havia sido registrada a presença de um fenômeno tão extremo no sul do Brasil, seu impacto foi devastador. 11 pessoas perderam suas vidas, 1.500 residências foram destruídas e 40 mil casas sofreram danos, afetando cerca de 250 mil pessoas em 38 municípios catarinenses e gaúchos. Após entrar em terra firme e se locomover ao interior do estado de Santa Catarina, foi perdendo força e dissipou-se em 29 de março.

O nome “Catarina” foi atribuído pelos meteorologistas brasileiros devido à proximidade do fenômeno com o estado de Santa Catarina. Embora inicialmente não tenha sido reconhecido como furacão, ele recebeu essa classificação posteriormente pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.

O furacão Catarina foi uma demonstração de que até mesmo regiões consideradas pouco ou não propensas podem ser surpreendidas por fenômenos climáticos extremos. Passados 21 anos, sua memória permanece como um alerta sobre a imprevisibilidade das forças da natureza e a necessidade de estar preparado para lidar com eventos que desafiam padrões conhecidos. Além disso, o Catarina reforça a importância de estudos contínuos sobre mudanças climáticas e suas potenciais consequências, especialmente em áreas que os meteorologistas acreditam restar fora de risco.

Fontes consultadas:

WIKIPÉDIA. Ciclone Catarina. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclone_Catarina Acesso em 24 mar. 2025

MUNHOZ, Fábio, 09 out. 2024, às 17h:35min. CNN Brasil. Furacão no Brasil: há 20 anos, Região Sul foi atingida por fenômeno; relembre. Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/furacao-no-brasil-ha-20-anos-regiao-sul-foi-atingida-por-fenomeno-relembre/ Acesso em 24 mar. 2025

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