Santa Catarina foi uma das primeiras unidades da federação a adotar o isolamento social mais rígido, inclusive com a proibição do transporte coletivo.
Santa Catarina tem o melhor desempenho do Brasil no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O reconhecimento está no Ranking Covid-19 dos Estados, divulgado na semana passada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em reportagem do Broadcast da Agência Estado. SC avançou uma posição em relação à semana anterior, quando estava na vice-liderança.
Com uma nota 33% superior em relação ao Rio Grande do Sul, atual segundo colocado, Santa Catarina se consolida em uma avaliação que leva em conta nove indicadores: a proporção de casos confirmados, a evolução dos casos (em escala logarítmica) e o porcentual de mortalidade de Covid-19, conforme números do SUS. Também são analisados os mesmos indicadores para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), fornecidos pela Fiocruz, além do Índice de Transparência da Covid-19, da Open Knowledge Brasil, e de dados de isolamento social, do Google.
Na avaliação do governador Carlos Moisés, o desempenho do Estado é fruto de medidas tomadas ainda no começo da pandemia, no mês de março. Ele lembra que Santa Catarina foi uma das primeiras unidades da federação a adotar o isolamento social mais rígido, inclusive com a proibição do transporte coletivo. Serviços não essenciais foram fechados, e a retomada das atividades econômicas foi feita sempre com protocolos criados com o respaldo técnico e científico do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES).
“Paralelamente a isso, atuamos também para estruturar a nossa rede hospitalar com ampliação de leitos de UTI. Todas as nossas decisões foram pautadas por critérios técnicos e científicos, o que nos permitiu salvar muitas vidas. Desde o início da pandemia, criamos mais de 500 novos leitos de UTI na rede SUS, o que garantiu ter uma taxa de ocupação controlada em nossos hospitais”, destaca o governador.
O secretário da Saúde, André Motta Ribeiro, salienta que o Estado hoje tem uma condição favorável em relação ao restante do país, com a menor taxa de letalidade entre os estados do Sul e Sudeste (1,48%). Ele também lembra que Santa Catarina já realizou mais de 45 mil testes, o que permite um controle mais eficaz da propagação da enfermidade.
“Para chegarmos a esses resultados, foi fundamental o apoio do cidadão catarinense. Também fizemos uma parceria muito forte com os municípios catarinenses. Sairemos da pandemia com uma rede hospitalar ainda mais forte, o que nos ajudará muito no futuro”, opina Motta Ribeiro.
Outra ação que auxiliou no bom desempenho de Santa Catarina, na avalição do secretário, foi o pagamento do teto para os hospitais filantrópicos, que respondem por 70% dos atendimentos SUS no Estado. Até o fim do ano, serão distribuídos R$ 276 milhões a essas unidades de saúde.
Sobre o ranking
O ranking da CLP foi criado para avaliar comparativamente como as ações dos Estados afetam nos números. Quanto maior a nota, pior é o desempenho. Além de Santa Catarina (1º) e do Rio Grande do Sul (2º), o Amapá aparece com o terceiro melhor quadro. Na outra ponta estão Roraima (25º), Rio de Janeiro (26º) e o Pará (27º). A CLP também divulga todos os anos o ranking de competitividade dos Estados, que analisa uma série de índices das unidades da federação.