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Paralisação é encerrada temporariamente no Casep

Foto: Divulgação / Mateus Mastella

Foto: Divulgação / Mateus Mastella

A paralisação de parte dos serviços efetuados pelos educadores do Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório – Casep de Criciúma foi encerrada temporariamente na unidade socioeducativa no início da tarde dessa sexta-feira.

Desde a manhã de quinta-feira, os dez educadores que atuam na unidade iniciaram o movimento, atendendo somente procedimentos emergenciais realizados referentes aos internos, como saúde, higiene e alimentação. Oficinas, atividades, saídas dos quartos (celas), encaminhamentos para audiências ou outro procedimento no Fórum e visitas aos adolescentes infratores também foram canceladas devido à paralisação. A rotina já está normalizada.

Parte dos servidores foi, durante a manhã de sexta-feira, ao Ministério do Trabalho requerer a autorização formal ao movimento. "Fomos orientados pelo sindicato para que, enquanto não sair a homologação do juiz, o trabalho seja retomado, pelo menos até dia 27, para não nos comprometermos, como também acabar sendo prejudicados de alguma forma com a paralisação. Se caso até lá não sair os pagamentos das parcelas pendentes, referentes ao mês de setembro e de outubro, que vence no dia 30, uma greve então será deflagrada. Caso contrário, o trabalho continua normalmente", explica o educador Jonas Soares

Ainda na quinta-feira, no primeiro dia de greve, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC) e o Governo do Estado informaram que estão fazendo todo o esforço possível para quitar todas as parcelas pendentes aos funcionários, e que prefere não informar a previsão de pagamento para não criar expectativas. Conforme a SJC, em 16 de setembro foram pagos R$ 135 mil referentes à parcela de junho, mais a metade do 13º salário, e na quinta-feira foi depositada a parcela de julho no valor de R$ 90 mil, que já caiu na conta dos servidores.

A paralisação, que durou um dia e meio, contou com a adesão de 100% dos educadores do Casep e teve início às 8h de quinta-feira, com uma manifestação pacífica em frente à unidade socioeducativa, situada no Bairro Vila Zuleima. Em uma hora de paralisação, um adolescente começou a gritar e a bater nas grades, mas foi rapidamente contido. Após a tentativa de visita de familiar de um infrator, o mesmo também tumultuou o local à tarde. O Pelotão de Patrulhamento Tático – PPT da Polícia Militar foi acionado e a situação foi controlada. À noite, mais um princípio de tumulto registrado, mas também contido. Alguns infratores chegaram a fazer greve de fome.

Além do atraso nos salários, os educadores também reclamam do baixo efetivo para "cuidar" de, atualmente, 16 infratores de alta periculosidade, já que internação para adolescente é deferida para quem cometeu atos infracionais (crime) de violência extrema, como homicídio, latrocínio, estupro e assalto à mão armada. Em relação à condição financeira, de dez servidores, cinco relataram que pagam pensão alimentícia e temem inclusive a ser presos. Para trabalhar, já que alguns não são de Criciúma, acabam pedindo dinheiro emprestado para pagar combustível, enfrentado, dentre outras problemáticas, as contas atrasadas. Eles ainda relatam que o piso da categoria, de R$ 1,048 mil, não sofreu o último reajuste.

Com informações do Portal Clicatribuna