Geral

MPT identifica 12 trabalhadores em situação de escravidão em Forquilhinha

Foto: Janine Limas/RBS TV

Foto: Janine Limas/RBS TV

O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC) identificou 12 pessoas vivendo em condições análogas à escravidão em Forquilhinha, no Sul catarinense. Elas vieram do Paraná, para trabalhar em aviários da região e encontraram uma situação bem diferente da acordado.

Homens, mulheres e até crianças vieram do Paraná com a promessa de receber salários de até R$ 1.400 reais, além de auxílio para pagar o aluguel. Eles foram contratados por uma empresa terceirizada que os alojou em uma mina desativada da região.

Eles disseram que iriam levar a gente para uma casa, mas acabamos ficando aqui. Nós não temos nem chuveiro pra tomar banho”, desabafa Ademir Alves.

Os trabalhadores viviam em condições sub-humanas há quase um mês. Os quartos eram improvisados, sem armários ou camas e os trabalhadores precisavam dormir em colchões no chão.

Jornada exaustiva

Os fiscais e o procurador do Ministério do Trabalho visitaram o local. Além das péssimas condições do alojamento, eles encontraram outras irregularidades.

“Os trabalhadores narraram que têm jornada superior a 12 horas. Temos também situações de retenção de documentos. Todos esses fatos estão sendo apurados para confirmar que se trata de trabalho escravo”, informou o procurador Luciano Leivas. 

As vans que transportavam os trabalhadores foram apreendidas e a empresa notificada. “Nós fomos até o frigorífico para determinar que ele faça o pagamento das recisões e que ele leve os trabalhadores de volta pra casa e cumpra com as obrigações”, disse a coordenadora da fiscalização rural do MPT Lilian Carlota Rezende

O que dizem as empresas envolvidas

A terceirizadora de mão de obra contratou os trabalhadores para atuarem na JBS. Em nota, esta empresa informou à RBS TV, que exige de todos os prestadores de serviço o cumprimento das normas trabalhistas e vem realizando mudanças na relação com os terceirizados.

Quanto aos trabalhadores que estão alojados em uma das dependências de sua mina desativada, a Cooperminas se posiciona diz que há um contrato de locação das salas para fins comerciais. A empresa afirma ainda que desconhecia a presença de crianças nas instalações e muito menos que eram utilizadas para fins residenciais.

Com informações do site G1 SC