Poder Executivo

MP apura venda de licenciamento ambiental em Passo de Torres

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco e o Ministério Público da comarca de Santa Rosa do Sul realizaram, nessa terça-feira (17), uma operação batizada de Cartas na Mesa, para apurar denúncias de irregularidades na Secretaria do Meio Ambiente. A investigação trata de facilitação na concessão de licenças ambientais em troca de dinheiro, na administração passada.

De acordo com a promotora Larissa Zomer Loli, o procedimento foi instaurado em 2014, quando começaram a chegar as primeiras denúncias, e culminou na ação de hoje. Uma equipe formada por 15 integrantes chegou a Passo de Torres pela manhã para cumprir oito mandados de busca e apreensão, um deles na Secretaria de Meio Ambiente.

A promotora não adiantou como era feita a negociação pela secretaria, nem se eram cometidas outras irregularidades. “Estamos apurando como acontecia essa facilitação. Recolhemos muito material e deve demorar um pouco até analisarmos tudo”, disse Larissa.

Foram apreendidos documentos, notebooks, computadores e aparelhos celulares, que devem passar por perícia. A intenção é tentar recuperar conversas, mensagens, ligações e arquivos que comprovem e esclareçam como funcionava o esquema. Também hoje foram ouvidas algumas pessoas, entre elas, o ex-secretário do Meio Ambiente Tiago Zacca Acordi, que depois foi liberado.

Hoje a promotora ouve mais testemunhas e envolvidos. “Quem tem alguma informação sobre isso, pode nos procurar. Mesmo quem pagou alguma coisa, pode nos ajudar”, esclarece. Os depoimentos e análise do que foi recolhido podem mostrar se a negociação acontecia em todo tipo de licenciamento, como o liberado para loteamentos. Na documentação apreendida constam projetos, requerimentos e outros tipos de documentação relativos a toda forma de fornecimento de licença ambiental.

“Esta investigação é importante porque se trata de um fator social, de interesse de todos os moradores de Passo de Torres”, finalizou o major Fábio Lisboa, coordenador da operação.

Colaboração: Romildo Black e Andresa Miguel / Contra o Crime

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