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Laguna comemora 340 anos

A festividade começa nesta sexta-feira (29) com uma salva de tiros do alto do Morro da Glória, às 6 horas e encerra com serestas no Centro Cultural.

Fotos: Divulgação

Fotos: Divulgação

Laguna comemora 340 anos de história nesta sexta-feira (29). A festividade começa com uma salva de tiros do alto do Morro da Glória, às 6h e encerra com serestas no Centro Cultural. Nos departamentos públicos municipais é considerado ponto facultativo. 

O município, colonizado por açorianos, atualmente segundo dados do IBGE, tem 44.650 mil habitantes, com a economia voltada para pesca e turismo. Tem uma área de 336,396 quilômetros quadrados. 

Em 1676, o povoado foi fundado pelo bandeirante Domingos de Brito Peixoto Vicente, com a construção de uma capela de taipa dedicada a Santo Antônio dos Anjos, onde está a atual Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos. 

Milhares de visitantes são recebidos todos os anos para curtir as belezas naturais e saborear os frutos do mar. Aproveitar as 20 praias, distribuídas em 45 quilômetros de extensão com características de costões, enseadas e mar aberto estão nas atividades prediletas dos visitantes. 

A aposentada Ana Cléia Antunes, 76 anos, natural do Rio Grande do Sul, escolheu Laguna para ter qualidade  de vida na fase que ela apelidou de divina idade.  "Clima é ótimo. Tenho muitos amigos, adoro caminhar e curtir a tranquilidade do lugar. Adoro Laguna", conta ela. A cidade ela conheceu através de amigos. Traçou metas para a aposentadoria e está no município há 5 anos. 

O prefeito Everaldo dos Santos acredita que Laguna está em pleno desenvolvimento, com suas belezas naturais e recentemente, a nomeação, por ser a capital nacional do boto, deverá transformar a cidade cada vez mais. A ponte Anita Garibaldi e revitalização do centro histórico deverá contribuir e está impulsionando o turismo no município.  

Habitantes na pré-história 

A história do município remonta os povos pré-históricos, cinco mil anos atrás, com o povo dos sambaquis, depois vieram os índios, bandeirantes, açorianos, italianos e até alemães. 

A cidade, terra natal de Anita Garibaldi, testemunhou importantes momentos da Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos –  de 1835 a 1845), e foi a terceira povoação portuguesa no litoral de Santa Catarina. 

O centro histórico de Laguna foi tombado pelo Iphan, em 1985, é formado a partir do porto original e abriga cerca de 600 imóveis. 

Possui edificações carregadas de decorações, vidros desenhados e ferros importados: o telhado arrematado com platibandas ornamentais, balaustradas, e calha para escoar a água das chuvas, além de paredes construídas com tijolos e cal, dando maior precisão e diminuindo a espessura. 

Esses novos elementos marcaram fortemente o patrimônio arquitetônico de Laguna. De seu extenso território original desmembraram-se as capitais Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).

Durante a segunda metade do seculo XIX, os comerciantes desfrutaram de uma boa situação econômica que possibilitou melhores condições de vida para população local. Esse período, conhecido como a época áurea de Laguna, resultou em algumas construções do centro histórico que testemunham a riqueza da cidade. 

A implantação das novas edificações nos lotes urbanos aos poucos se modificou. As casas térreas e os sobrados passaram a conviver com novos prédios e residências de estilo eclético. 

Fundação em 1676 

O local onde foi implantada a povoação, no século XVII, espaço natural protegido pelo morro da Glória, é um eixo da praia onde se fixaram colonos vindos da Capitania de São Vicente. 

Laguna nasceu em terras de disputa colonial, atendendo a uma solicitação do rei de Portugal, que desejava expandir a fronteira do Tratado de Tordesilhas, firmado com a Espanha. 

Com a chegada dos bandeirantes, a vila de origem indígena foi organizada, povoada e se transformou em ponto de partida de expedições. O fundador batizou o lugar como Santo Antônio dos Anjos de Laguna, mas poucos moradores fixaram residências na localidade, nesse período. 

No início da colonização do Brasil, tal território compunha a parte mais meridional do Brasil, na Capitania de Santana, onde incide a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas (1494), separando as terras de Portugal (a leste) e Espanha (a oeste). Do conflito entre metrópoles, uma extensa colônia passava a se formar. 

Por esse motivo, Laguna tornou-se importante ponto geográfico para Portugal. A linha imaginária passava por Laguna e, atualmente, o monumento do Tratado de Tordesilhas está localizado ao lado da rodoviária, no centro histórico da cidade.

Entre os séculos XVI e XVIII, cerca de 100 mil portugueses se deslocaram para o Brasil, muitos vindos dos Açores. Nessa mesma época, Portugal temia invasões espanholas no Sul do Brasil, principalmente no litoral de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, áreas estratégicas para se chegar ao rio da Prata. O acesso ao litoral permitia o abastecimento das embarcações com água e alimentos. Havia, também, a disputa para alargar as fronteiras da colônia Brasil. 

Em 1714, Santo Antônio dos Anjos de Laguna tornou-se vila e, por volta de 1720, iniciaram-se as primeiras expedições para o sul. A partir de então, portugueses e paulistas se instalaram na região que, entre 1740 e 1756, adquiriu importância e prosperou. 

Os primeiros colonizadores, conhecidos como portugueses dos açores, ocuparam o local onde pescavam e cultivavam o solo, incentivados pela Coroa Portuguesa.

Houve uma grande modificação nos usos e costumes da vila, maior desenvolvimento da agricultura e dos moinhos de farinha de mandioca. 

Os açorianos adaptaram-se à nova vida e modificaram alguns de seus hábitos, inclusive os alimentares. Substituíram a farinha de trigo, base da alimentação de seu país, pela farinha de mandioca e a carne pelo peixe que era salgado para consumo ou exportação. Até o início do século XIX, a economia continuou sendo de subsistência. 

A Revolução Farroupilha, deflagrada no Rio Grande do Sul (1835 a 1845), teve como uma das principais causas as dificuldades econômicas. A economia do Rio Grande do Sul era focada na criação de gado e a sobrevivência do povo riograndense baseava-se na cultura do charque (carne-seca, em outras regiões do Brasil). 

Os farroupilhas fundaram a República Rio Grandense que precisava prosperar e, para isso, necessitava chegar ao mar, entretanto, o exército do Governo Imperial do Brasil controlava os portos e rios de Santa Catarina. 

Anos depois, o porto de Laguna seria transformado em palco da luta separatista travada pelo Rio Grande do Sul contra o Governo Imperial. Em 1839, o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, David Canabarro, Teixeira Nunes e soldados farroupilhas conquistam a vila de Laguna, declarando a República Catarinense, sob o comando de Jerônimo de Castilho. Canabarro, um dos chefes da revolução vitoriosa, oficia à Câmara, lembrando a necessidade de ser proclamada a independência de Santa Catarina.  

A Câmara de Vereadores de Laguna, presidida por Vicente Francisco de Oliveira, proclamou a independência e criou a República Catarinense ou República Juliana. Ainda em 1839, com apoio Garibaldi, os farroupilhas montaram uma manobra para surpreender os imperialistas navegando pelas lagoas Santo Antônio e Garobapa do Sul, pela barra do Camacho e seguindo pelo rio Tubarão. Anita Garibaldi participou da batalha naval entre farroupilhas e imperialistas já estava apaixonado pelo guerrilheiro italiano.  

Com a derrota dos farroupilhas, todos esses atos foram tornados sem efeito. Nas décadas seguintes, o Governo Imperial realizou uma ocupação mais efetiva do território, com políticas de povoamento para o Sul. 

Em 1847, Laguna foi elevada à categoria de cidade, por decreto imperial e, nessa mesma época, começaram a chegar os imigrantes europeus (italianos e alemães). Os imigrantes desembarcavam no porto de Laguna e seguiam em outras embarcações para o interior do país. Inicialmente, pelas lagoas e rios e, mais tarde, utilizavam a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina (construída entre 1880 e 1884). 

O desenvolvimento das colônias (Azambuja, Urussanga, Grão-Pará, Princesa Isabel e Braço do Norte)  gerou a produção de alimentos e outros produtos que eram trazidos de trem e escoados pelo Porto de Laguna. 

Fato que, com a exploração do carvão, elevou Laguna à 4ª posição no Estado quanto à movimentação portuária, na segunda metade do século XIX. O comércio e as indústrias da região, com as companhias de navegação, criaram um fluxo positivo de crescimento econômico para o município. 

No final da década de 1950, a cidade decaiu economicamente devido à redução da atividade portuária, enfraquecimento do polo comercial, e fracasso na tentativa de industrialização. 

A partir da década de 1960, a construção civil sofreu quase que uma total paralisação. A construção da Rodovia BR-101 e abertura ao tráfego da ponte rodoviária da Cabeçuda, deslocou o polo econômico da região sul de Laguna para outros municípios, como por exemplo, Tubarão. Permaneceram, no município, a produção pesqueira e pequenas indústrias de confecções e processamento da fécula de mandioca e arroz. 

Com o passar das décadas, Laguna começou seu processo do crescimento no turismo. Os moradores de várias regiões começaram a construir casas e apartamentos para a temporada de verão. O comércio passou por transformações. A venda dos frutos do mar cresceu com indústrias de pescados, principalmente, na regiaõ de Cabeçuda. 

Programação 35ª Semana Cultural

SEXTA-FEIRA, 29 DE JULHO DE 2016

 06h – Salva de 21 tiros.

 Local: Morro da Glória.

10h – Homenagem ao Dia da Imprensa, manifestações pela Associação Catarinense de Imprensa e de representantes das Lojas Maçônicas Locais.

 Local: Praça Jerônimo Coelho, Centro Histórico.

 18:30h – Apresentação de Capoeira da Apae

 Local: Centro Cultural Santo Antônio dos Anjos, Centro Histórico.

 19h às 22h – Oficina de Fotografia com a fotógrafa Mara Rejane Freire de Florianópolis.

 Faixa indicativa: 13 anos.

 Local: Casa de Cultura Sesc Laguna.

 19h – Comemoração de 340 anos do Município de Laguna.

 Local: Centro Cultural Santo Antônio dos Anjos, Centro Histórico.

 21h – Noite da Seresta com apresentação de Silvério de Jesus e Participação Especial do Estúdio Voga.

 Local: Centro Cultural Santo Antônio dos Anjos, Centro Histórico.

 

SÁBADO, 30 DE JULHO DE 2016

08h30m às 12h30m – Oficina de Fotografia com a fotógrafa Mara Rejane Freire de Florianópolis.

Faixa indicativa: 13 anos.

 Local: Casa de Cultura Sesc Laguna.

10h às 17h – Feira de Artesanato em Laguna.

 Local: Praça Vidal Ramos/Matriz, Centro Histórico de Laguna.

 10h às 12h e das 15h às 17h – Oficina de Artes para Crianças.

 Faixa etária: 08 aos 13 anos.

 Local: Casa de Cultura do Sesc.

 10h às 12h e das 15h às 17h – Oficina de Mostra de Dança.

 Faixa etária: 10 anos em diante.

 Local: Casa de Cultura do Sesc.

 14h – Treino Graduado com participação de Capoeiristas da região.

 Local: Praça Vidal Ramos / Matriz, Centro Histórico de Laguna.

 16h – Apresentação Cultural com o Grupo de Arte e Cultura Ilha Xucra.

 Local: Centro Cultural Santo Antônio dos Anjos, Centro Histórico.

 18h – Apresentação Cultural de Mukulele com o Grupo Herança Cultural. 

Local: Centro Cultural Santo Antônio dos Anjos, Centro Histórico.

18h – Apresentação do Projeto Roda de Samba.

 Local: S.R. União Operária, Centro Histórico de Laguna.

 19h – Noite de Louvor.

 Local: Local a definir.

 

DOMINGO, 31 DE JULHO DE 2016

10h às 17h – Feira de Artesanato em Laguna.

 Local: Praça Vidal Ramos/Matriz, Centro Histórico de Laguna.

 12h – Feijoada da Escola de Samba Mocidade Independente com os Grupos Trem de Ferro, Cavaquinho de Ouro e Projeto Roda de Samba.

 Local: Centro Cultural Santo Antônio dos Anjos, Centro Histórico.

 15h – Roda de Contação de Histórias.

 Local: Praça Vidal Ramos/Matriz, Centro Histórico de Laguna.

 

Colaboração: Departamento de COmunicação da Prefeitura de Laguna