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Itajaí já não vive epidemia de dengue, afirmam autoridades de saúde em SC

Número de novos casos confirmados caiu de 595 em abril para 7, em junho

Foto: Luiz Souza / RBS TV

Foto: Luiz Souza / RBS TV

Com a redução no número de casos de dengue em Itajaí, no Litoral Norte catarinense, a cidade não vive mais uma epidemia, conforme autoridades de saúde do estado. A epidemia da doença no município havia sido declarada no dia 21 de março.

De acordo com Lúcio Vieira, coordenador municipal do Programa da Dengue, em junho foram confirmados por exame sete novos casos da doença. Em abril, no auge da epidemia, haviam sido registrados 595 exames positivos para dengue na cidade.

A diminuição mais drástica nas confirmações de pessoas doentes ocorreu no mês de maio, quando foram registrados 63 novos casos. “Essa redução anima para continuarmos com as atividades de campo”, afirma Vieira, referindo-se ao trabalho de combate e prevenção dos agentes de saúde que têm vistoriado imóveis da cidade. Desde o dia 17 de junho, o Exército tem apoiado essas ações.

O coordenador do programa afirma que até agora, em julho, não houve nenhuma suspeita nova da doença na cidade, mas que outros 30 supostos casos em junho ainda são analisados.

Continuidade das ações de controle

Vieira alerta sobre a "falsa sensação" de que o problema está totalmente controlado. “O inverno contribui para essa redução porque a temperatura diminui e o mosquito se desenvolve mais lentamente. Mas muitas pessoas ainda não entenderam que é preciso eliminar a água parada”, afirma.

“Desde a metade de abril, o número de casos novos da doença vêm caindo semana a semana. Estamos saindo de um período epidêmico e voltando a uma situação anterior à de surto”, diz João Fuck, coordenador estadual do programa de controle da dengue da Divisão de Vigilância Epidemiológica – Dive. “Apesar da diminuição, as atividades de prevenção têm que continuar. Se relaxarmos agora, haverá uma nova explosão de casos no verão”, complementa.

O coordenador do município do Vale faz a mesma ressalva. “Itajaí tem 80% de sua área urbana infestada pelo mosquito. Os ovos podem levar até 18 meses para eclodir, mesmo que estejam depositados em lugares secos”, alerta Vieira.

Segundo ele, a cidade adquiriu conhecimento com a epidemia. “A partir de agora é controle, para que no próximo verão não tenhamos casos da doença ou, pelo menos, que haja uma redução”.

Balanço em SC

Conforme o site G1 SC, o último boletim sobre a dengue, divulgado nesta terça-feira (30), a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado – Dive confirmou 3.269 casos em Santa Catarina desde 1º de janeiro deste ano. Em 92% dos pacientes, a doença foi contraída no próprio estado. Já foram identificados 5.299 focos do mosquito transmissor em território catarinense.

Em relação aos 3.002 casos contraídos no estado, a cidade de Itajaí foi o provável local de transmissão em 2.927 pessoas. Também houve casos em Chapecó, Itapema, Joinville, Guaraciaba, São Miguel do Oeste, Balneário Camboriú, Bombinhas, Canoinhas, Corupá eTubarão.

O acompanhamento mostra que entre os dias 15 e 28 de março registrou-se o maior número de casos contraídos no estado (308 e 286, respectivamente). A partir do dia 12 de abril, verificou-se uma diminuição, com tendência de redução dos casos confirmados nas semanas seguintes.

Focos

Em Santa Catarina há 26 cidades consideradas infestadas pelo mosquito. São elas: Anchieta, Balneário Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Guatambu, Itajaí, Itapema, Joinville, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim.

No total, já foram identificados focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, em 108 municípios.

Prevenção

A dengue é uma doença infecciosa febril  transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele.

De acordo com a Dive, quem, nos últimos 14 dias, esteve em alguma cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas deve procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento.

Entre as recomendações da Dive para evitar a disseminação do vírus estão: evitar usar pratos nos vasos de plantas e, caso utilize, colocar areia nas bordas; guardar garrafas e objetos que possam armazenar água sempre com a abertura virada para baixo.

Também é necessário manter as lixeiras tampadas, bem como as caixas d’água. Plantas que acumulam água, como bromélias, devem ser evitadas. O acúmulo de lixo também deve ser evitado, pois pode se tornar foco do mosquito da dengue.

Além disso, é importante tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana. Ralos devem ficar fechados e desentupidos. Os potes de comida e de água dos animais devem ser lavados com escova, também semanalmente.